Presidente da CNI cobra que BC antecipe queda nos juros

Gilberto Sousa/CNI

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, destacou a necessidade de uma redução mais significativa da taxa básica de juros, Selic, pelo Banco Central, defendendo uma diminuição de pelo menos 0,75 ponto percentual.

“É necessário que o Banco Central seja menos conservador, à luz do que temos observado em outras economias”, afirmou Alban. Ele ressaltou que a inflação atual e as expectativas de inflação no Brasil têm diminuído consistentemente.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o ano de 2023 em 4,6%, dentro da faixa prevista na meta de inflação, apresentando uma redução em relação aos 5,8% registrados em 2022.

Alban enfatizou que uma redução mais rápida da taxa de juros não comprometeria o cumprimento das metas de inflação.

Adiar a aceleração na redução da Selic, de acordo com Alban, seria prejudicial para a economia brasileira, que já está sendo afetada pela taxa de juros real elevada.

Atualmente, a taxa de juros real está em 7,65% ao ano, 3,15 pontos percentuais acima da taxa de juros neutra estimada pelo Banco Central em 4,5% ao ano.

Alban também destacou que, em contraste com o Brasil, nos Estados Unidos, a redução da inflação tem sido acompanhada por um crescimento expressivo do Produto Interno Bruto (PIB).

No cenário internacional, o Banco Central Norte-Americano (Fed) conseguiu reduzir a inflação para 2,6% em 2023, em comparação com os 5,4% de 2022, ao mesmo tempo em que o PIB dos Estados Unidos cresceu 2,5% em 2023, superando o crescimento de 1,9% em 2022.

A taxa de juros real nos EUA é de apenas 2,7% ao ano, e as expectativas sugerem que o Fed começará a reduzir a taxa de juros no primeiro trimestre de 2024.

Alban ressaltou a importância de o Banco Central do Brasil acelerar o ritmo de cortes na Selic para estimular o crescimento econômico sustentável.

Ele argumentou que a taxa de juros atual está prejudicando desnecessariamente a atividade econômica no país.

O PIB brasileiro estagnou no terceiro trimestre de 2023, e a indústria está enfrentando dificuldades, com a produção de transformação operando 2,3% abaixo do nível pré-pandemia.

O setor de serviços e o comércio também estão sendo afetados pela desaceleração da atividade econômica.

O varejo tem registrado alternância entre quedas e modestos aumentos nas vendas, enquanto o setor de serviços enfrentou três meses consecutivos de queda entre agosto e outubro, com um pequeno aumento em novembro.

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