E a saga sobre o que fazer com Jair Bolsonaro no PL segue rendendo desdobramentos interessantes sobre as eleições municipais, principalmente depois da chamada Superlive que ocorreu no final do mês passada.
Muita gente no partido entendeu o recado: Bolsonaro deve se engajar nas eleições municipais de maneira extremamente pontual, o foco do ex-presidente está em aumentar o próprio patrimônio, mesmo depois dos mais de R$ 17 milhões em doações recebida de seus adoradores.
Isso também explicaria o perfil mais verborrágico do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que nas últimas semanas atacou o presidente do senado, Rodrigo Pacheco (PSD), Guilherme Boulos (PSOL) e até mesmo Tábata Amaral (PSB) de uma maneira que surpreendeu os aliados mais próximos.
Com Bolsonaro e sua família preocupados em não serem presos e com o chefe do clã de extremistas empenhado apenas no próprio patrimônio, há uma preocupação genuína de que Bolsonaro seja substituído e que essa substituição fique fora do controle do PL.
Em São Paulo há uma inconformidade com o abandono à Ricardo Sales que buscava disputar a prefeitura da capital do estado e que desistiu (pela segunda vez) de disputar o pleito, o motivo? Ficou sem ter quem bancasse o seu nome.
No Rio de Janeiro já há quem sequer conte com a presença do ex-presidente em eventos, no resto do país a percepção é a mesma.
Como a coluna revelou ainda no final do mês passado, Bolsonaro também não anda participando de compromissos internos da legenda como reuniões e discussões sobre as eleições. Além disso, há quem tenha desistido de procurar o ex-presidente e agora concentra as suas demandas no próprio Valdemar.
O bolsonarismo na figura de Jair Bolsonaro até pode ter entrado em estado terminal, mas o extremismo político que o sustenta não. Talvez esse seja o debate que deva ser considerado para 2026.