Marco Cepik foi anunciado como o novo vice-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), sucedendo o delegado Alessandro Moretti, exonerado pelo presidente Lula.
A nomeação ocorre em meio a um contexto de alegações de espionagem ilegal por parte da Abin durante a administração de Jair Bolsonaro.
Cepik, que anteriormente ocupou o cargo de comandante da Escola de Inteligência da Abin, é professor na Universidade Federal do Rio Grande do Sul desde 1995.
Defensor da desmilitarização da agência, ele propôs que a Abin fosse subordinada à Casa Civil da Presidência, liderada por Rui Costa (PT), em vez de estar vinculada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Com formação em Ciência Política e doutorado pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ), Cepik também realizou pós-doutorado em Oxford, no Reino Unido.
Entre 2011 e 2021, ele atuou como diretor-executivo do Centro de Estudos Internacionais sobre Governo (CEGOV) em Porto Alegre (RS).
O novo vice-diretor expressou preocupação em relação aos eventos de 8 de janeiro, que foram caracterizados por ele como um marco antidemocrático sem precedentes no Brasil.
Cepik, alinhado ao grupo de policiais e acadêmicos próximos a Tarso Genro (PT), ex-ministro da Justiça no primeiro governo de Lula, traz uma perspectiva crítica sobre os acontecimentos recentes no cenário político brasileiro.