Gleisi detona valor bilionário aprovado para emendas parlamentares

JORGE WILLIAM / O GLOBO

A deputada Gleisi Hoffmann (PR), presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), expressou críticas ao valor de R$ 53 bilhões aprovado pelo Congresso Nacional destinado às emendas parlamentares.

Em declaração ao jornal O Globo, Hoffmann descreveu o montante como um “ultraje” e destacou a importância da pressão da sociedade sobre o Parlamento para controlar a gestão do Orçamento.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou uma parte desse valor, provocando reações entre os congressistas. Hoffmann, divergindo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfatizou a necessidade de priorizar o crescimento econômico em detrimento da busca por um déficit zero.

Na entrevista, a presidente do PT apontou que o valor aprovado para as emendas influenciará o discurso eleitoral do partido, visando aumentar o número de prefeituras e manter um confronto direto com o bolsonarismo, especialmente com foco nas eleições de 2026.

Hoffmann criticou a falta de planejamento na aplicação dos recursos, argumentando que frequentemente atendem a interesses individuais dos parlamentares, em vez de refletirem um planejamento coletivo para o desenvolvimento do país.

A dirigente do PT também criticou o Centrão, bloco político que faz parte do governo, porém, enfatizou que o partido não se opõe às emendas parlamentares desde que sejam aplicadas com responsabilidade e transparência.

Questionada sobre as medidas do governo contra o aumento das emendas, Hoffmann indicou que a ausência de maioria no Congresso limitou ações mais decisivas e sublinhou a necessidade de engajamento social para prevenir avanços legislativos descontrolados.

Sobre a possibilidade de o PT lançar candidaturas próprias para as presidências da Câmara e do Senado, Hoffmann afirmou que ainda é prematuro discutir, mas assegurou que o partido não será apenas um espectador, visando uma discussão interna e com aliados.

Quanto à manutenção da frente ampla de apoio ao governo para 2026, ela destacou que a decisão dependerá do contexto político, ressaltando a importância de estratégias coletivas para o futuro do país.

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