O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, fez um alerta nesta quarta-feira sobre o impacto severo que a interrupção do financiamento da agência da ONU para refugiados palestinos poderia ter na população da Faixa de Gaza, que já foi devastada pela guerra.
“Sem outra entidade capaz de fornecer a extensão da assistência necessária para os 2,2 milhões de habitantes de Gaza, as consequências seriam catastróficas”, afirmou Tedros durante uma coletiva de imprensa.
Ele também fez um apelo para que os países reconsiderassem suas decisões de suspender o financiamento da agência da ONU, após alegações de que alguns funcionários da agência estiveram envolvidos no ataque ocorrido em 7 de outubro por militantes do Hamas.
A ofensiva de Israel, que incluiu bombardeios e operações terrestres, causou o deslocamento da maior parte da população de Gaza, resultando na destruição de muitas residências e infraestruturas civis, além de gerar uma grave escassez de alimentos, água e medicamentos.
A situação dos hospitais em Gaza também é crítica, com a maioria deles já tendo parado de funcionar devido aos bombardeios e à falta de combustível e suprimentos.
O Hospital Nasser, em Khan Younis, no centro de Gaza, está operando com recursos mínimos e encontra-se cercado por militares israelenses, de acordo com informações da Organização das Nações Unidas.
Tedros enfatizou que as decisões de vários países de suspender os fundos para a UNRWA, que é a principal fornecedora de ajuda humanitária na região, terão consequências graves para o povo de Gaza.
Ele também relatou os desafios enfrentados pela OMS para entregar suprimentos médicos em Gaza, mencionando que embora tenham conseguido entregar suprimentos ao Hospital Nasser na segunda-feira, a missão de fornecer combustível e alimentos foi negada.
Além disso, Tedros destacou as dificuldades em acessar hospitais no sul de Gaza devido aos combates intensos nas proximidades, o que está impedindo severamente o acesso de pacientes, profissionais de saúde e suprimentos às instalações de saúde.
O chefe da OMS alertou para o alto risco de fome na região, que aumenta a cada dia devido às hostilidades contínuas e à restrição do acesso humanitário.
Ele enfatizou que a escassez de alimentos entre pacientes e profissionais de saúde em Gaza é uma preocupação crescente, e a população está pedindo desesperadamente por comida e água.
Com informações da Reuters