Uma servidora da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), casada com o subtenente do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues, sob investigação por participar do esquema da “Abin Paralela”, foi identificada frequentando manifestações no Quartel-General do Exército em Brasília, conforme relatos em grupo de mensagens de servidores da ABIN.
Informações apuradas pela colunista Juliana Dal Piva, no ICL Notícias, indicam que um computador apreendido pela Polícia Federal, associado ao endereço residencial da servidora, está sob investigação para determinar seu real usuário.
Mensagens enviadas por ela a grupos de servidores da agência, incluindo uma defesa aos participantes das manifestações golpistas presos após ataques aos prédios da Praça dos Três Poderes, foram obtidas e relatam seu envolvimento e opiniões políticas.
A servidora argumentou nas mensagens que os manifestantes eram “famílias indignadas com o que está acontecendo no país”, revelando sua participação nos eventos.
A ABIN, citando o sigilo funcional, não comentou sobre a identidade dos servidores envolvidos.
Questionada, a servidora não respondeu diretamente sobre as mensagens. Sua defesa, por meio de nota, afirmou que ela não tem relação com os fatos investigados, repudiando narrativas que visam difamar sua reputação.
Colegas da ABIN descreveram seu comportamento nas mensagens como atípico para um oficial técnico de inteligência, evidenciando contradição com o regimento interno da agência que exige discrição.
Algumas de suas opiniões durante a pandemia de COVID-19 e em relação às eleições presidenciais também foram destacadas, demonstrando apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro e preocupações com mudanças na liderança da agência.
A defesa da servidora enfatizou sua disposição em colaborar com as autoridades e destacou sua carreira de 10 anos na ABIN, atuando como psicóloga, sem vinculação direta às áreas de inteligência e sem histórico de processos administrativos.
A nota do advogado Bernardo Fenelon também ressaltou que a divulgação de dados pessoais de servidores da agência pode constituir ilícito, reiterando que sua cliente não é investigada e, portanto, seus dados pessoais não foram expostos.