A jornalista Mônica Bergamo revelou na Folha que “Zeca Baleiro processará Malafaia por vídeo manipulado contra Lula”.
Segundo a matéria, o cantor e compositor está indignado com o lobista da fé, que compartilhou uma versão deturpada do videoclipe original da música “Desgoverno”, composta por ele e pelo poeta paraense Joãozinho Gomes. A produção foi lançada em 2021 contra o fascista no poder.
“Esse pastor canalha usou uma música minha, composta nos anos de pandemia e do governo Bolsonaro, para uma campanha em que vários artistas reunidos pediam o impeachment desse genocida maldito, e descontextualizou-a totalmente, postando como se fosse feita para o governo Lula”, afirmou Zeca Baleiro ao jornal. “Temos que acabar com a fábrica de fake news. Tá na hora desses canalhas serem punidos”, completou.
O videoclipe original teve a participação de vários artistas, como Camila Pitanga, Zélia Duncan e Matheus Nachtergaele. A música pedia o impeachment de Jair Bolsonaro. O refrão da música alertava: “Um homem sem juízo e sem noção /Não pode governar esta nação”. Em outro trecho, ela se refere às mortes causadas pela Covid e pela falta de vacina. “Morte, luto, tristeza, noite e dia/ É preciso calar a negação. Nós estamos em época sombria/ Mas no fim desse túnel há clarão”.
A covardia e o cinismo do falso pastor
A versão manipulada foi publicada pelo “pastor canalha” Silas Malafaia no X, antigo Twitter, na quinta-feira passada (18). “Artistas contra Lula? O refrão é muito interessante. Assista”, postou o falso líder evangélico e famoso difusor de fake news.
Na montagem manipulada, a letra da canção se mantém a mesma, mas são inseridas imagens de Lula e notícias contrárias ao atual governo.
Como é comum entre os covardes fascistas, diante da ameaça de abertura de processo, o cínico já recuou.
“Procurado pela coluna, Silas Malafaia afirma que não sabia a quem pertencia a autoria da música e nega ter compartilhado a versão manipulada com a intenção de prejudicar Zeca Baleiro… ‘Não fiz nenhuma maldade. Mandaram para mim como mandaram para um monte de gente. Eu peguei, achei a música legal e mandei botar [no ar], sem nenhum outro objetivo intencional. Não tenho nada contra o artista, para ser honesto’.
A vida de luxo e ostentação dos lobistas da fé
Esse mercador da fé foi um dos culpados pela chegada ao poder de Jair Bolsonaro e pelos crimes cometidos no seu covil, como na morte de milhares de brasileiros na pandemia – ele inclusive militou contra a vacinação. Sabe-se lá o que ele ganhou com isso.
Em dezembro passado, um perfil no Instagram intitulado “Outfit do Templo” mostrou o luxo ostentado por “pastores, bispos e apóstolos”. Silas Malafaia foi um dos arrolados.
Como registrou na ocasião o site de entretenimento Ooops, “o que mais chama a atenção entre os pastores ostentadores é uma aparente obsessão:
Líderes evangélicos neopentecostais sempre se exibem com relógios que podem custar de R$ 40 mil a quase R$ 400 mil. Mas, não só eles: no outro gênero, entre as mulheres líderes religiosas, a ostentação também é massiva e chega a ser constrangedora.
São bolsas, sapatos, echarpes, tênis e outros acessórios que custam milhares de reais. Muitas das fotos mostram os pastores e suas cônjuges desfrutando de viagens internacionais. Paris parece ser um dos destinos preferidos desses neoevangélicos”.