O Hamas declarou nesta terça-feira, 30, que recebeu e está analisando uma nova proposta de cessar-fogo e libertação de reféns em Gaza, apresentada por mediadores após negociações com Israel, em uma iniciativa de paz que parece ser a mais séria em meses.
Um alto funcionário do Hamas informou à Reuters que a proposta envolve um cessar-fogo em três etapas, durante as quais o movimento de resistência palestino libertaria os civis restantes entre os reféns capturados em 7 de outubro, seguidos pelos soldados e, por fim, pelos corpos dos reféns que foram mortos.
O funcionário, que falou sob condição de anonimato, não indicou a duração de cada etapa nem o que estava previsto para a fase final.
No entanto, foi a primeira vez desde o colapso do único breve cessar-fogo da guerra até o momento, no final de novembro, que foram divulgados detalhes de uma nova proposta que está sendo considerada por ambos os lados.
A proposta de cessar-fogo seguiu-se a conversas em Paris envolvendo chefes de inteligência de Israel, dos Estados Unidos e do Egito, com o primeiro-ministro do Catar.
Em um sinal da seriedade das negociações, o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, disse que iria ao Cairo discutir o assunto, marcando sua primeira viagem pública ao país em mais de um mês.
No entanto, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reiterou sua promessa de não retirar as tropas de Gaza até que haja uma “vitória total”, um lembrete da grande diferença nas posições públicas das partes conflitantes sobre o que seria necessário para interromper os combates, mesmo que temporariamente.
O Hamas insiste que só libertará os reféns restantes como parte de um acordo mais amplo para encerrar permanentemente a guerra.
Israel, que já matou mais de 26.000 palestinos até agora em uma guerra que devastou o enclave, afirma que não interromperá a luta até que o Hamas seja erradicado.
Netanyahu está sob pressão de Washington, seu aliado, para traçar um caminho para encerrar a guerra, e internamente dos parentes dos reféns que temem que as negociações sejam a única maneira de trazê-los de volta para casa.
No entanto, os partidos de extrema direita em seu governo de coalizão afirmam que vão retirar o apoio em vez de apoiar um acordo para libertar reféns que deixe o Hamas intacto.
Com informações da Reuters