O Fundo Monetário Internacional (FMI) concordou em permitir que a Argentina adie por dois meses a última revisão de seu empréstimo de 44 bilhões de dólares, com o objetivo de dar ao governo mais tempo para implementar reformas e potencialmente negociar um novo programa, de acordo com fontes com conhecimento direto do assunto.
As autoridades do governo argentino e do FMI chegaram a um acordo para adiar a última revisão do pacote atual, originalmente prevista para setembro, para o mês de novembro. Essa decisão foi confirmada por três fontes que preferiram não ser identificadas.
O processo de revisão é parte do cronograma regular de avaliações do progresso do programa. Uma vez aprovadas pelo conselho executivo do FMI, essas revisões desencadeiam o desembolso de parcelas de financiamento.
O governo argentino e a equipe do FMI recentemente acordaram a sétima revisão do programa, que havia sido adiada devido à mudança de governo quando o presidente Javier Milei assumiu o cargo em 10 de dezembro.
Espera-se que o conselho executivo do FMI aprove a prorrogação, bem como o financiamento de 4,7 bilhões de dólares, em uma reunião na quarta-feira. Um porta-voz do FMI não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
O Ministério da Economia da Argentina confirmou que a diretoria do Fundo se reunirá em 31 de janeiro para discutir o programa, mas não fez comentários adicionais.
O adiamento da revisão tem como objetivo “assegurar que o programa atinja seus objetivos”, afirmou uma das fontes. A quantidade total de revisões não foi alterada, e a prorrogação não implica em novos financiamentos.
As próximas três revisões, a partir de maio, devem resultar em cerca de 1,9 bilhão de dólares em desembolsos.
“O país sempre teve a opção de negociar um novo programa antes do término do empréstimo atual, mas agora tem mais tempo até o final do ano para tomar sua decisão”, acrescentou outra fonte.
No entanto, o próximo relatório da equipe do FMI deve destacar que o programa com a segunda maior economia da América do Sul se afastou significativamente de suas metas, incluindo o acúmulo de reservas internacionais e a redução do déficit fiscal primário.
O FMI espera que a Argentina conclua audiências públicas sobre os preços da energia, recompre dívidas do governo detidas pelo banco central e resolva sua dívida comercial externa, de acordo com uma das fontes.
Com informações da Reuters