Menu

EXCLUSIVO! ABIN elaborou plano contra a Covid ainda em 2019 e foi ignorada por Bolsonaro

Já no final de 2019 a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) produziu um relatório alertando o então governo de Jair Bolsonaro sobre uma “pneumonia não identificada na China” que mais tarde viria a ser conhecida como Covid-19. É o que consta um relatório obtido com exclusividade pela coluna e que reforça mais uma vez a […]

5 comentários
Apoie o Cafezinho
Siga-nos no Siga-nos no Google News
(crédito: EVARISTO SA/AFP)

Já no final de 2019 a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) produziu um relatório alertando o então governo de Jair Bolsonaro sobre uma “pneumonia não identificada na China” que mais tarde viria a ser conhecida como Covid-19.

É o que consta um relatório obtido com exclusividade pela coluna e que reforça mais uma vez a maneira displicente como o governo tratou a doença que viria a vitimar mais de 600 mil pessoas entre os anos de 2020 e 2021.

O documento produzido em dezembro foi enviado ao governo no mês seguinte conforme consta o NUP (Número Único de Protocolo) 00091.000352/2020-45 do Relatório de Inteligência (Relint) 11 de 8 de janeiro de 2020. Três meses antes da primeira morte por Covid ocorrer no Brasil ocorrida em 12 de março de 2020 e quase 30 dias antes do primeiro caso ser detectado no país no dia 26 de fevereiro do mesmo ano.

O documento que consta como “Restrito” e “Sigiloso” nos sistemas da ABIN foi distribuído para o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que era comandado pelo general Augusto Heleno, para a ANVISA e para o Ministério das Relações Exteriores (MRE).

O relatório fala das características da doença e descarta algumas hipóteses sobre tipos de patógenos. Além de também listar de quais ações seriam desencadeadas no Brasil na hipótese da chegada da doença.

Entre as medidas de contenção listadas pelo relatório estão: notificação da área de portos, aeroportos e fronteiras da Anvisa, notificação da área de vigilância animal do Mapa, notificação das secretarias de saúde de estados e municípios, avaliação de risco diária com base em dados recebidos na Organização Mundial da Saúde (OMS), revisão de fluxos de investigação para identificação e estimativa dos riscos, atualização de protocolos e procedimentos operacionais de vigilância e atenção para identificação de casos suspeitos de SARS.

Mesmo com a brevidade dos alertas feitos pela ABIN o governo de Jair Bolsonaro só anunciou medidas de combate ao coronavírus em 18 de março de 2020, três meses depois de receber o relatório elaborado no final de 2019.

Ainda segundo um dos servidores ouvidos pela coluna “o primeiro atributo que o profissional de inteligência desenvolve é “resistência a frustração””, afirmou o profissional que completou: “nada nunca vai se comparar com o período da COVID. Nada”.

Ainda sobre o período da covid essa fonte fez o seguinte relato:

“Muito cedo a gente sabia pra onde a crise estava indo e viu que o governo não estava reagindo da maneira certa. Quer dizer, nas primeiras semanas até agiu. Deixou os técnicos cuidarem do assunto. Mas quando a política se apossou da pauta, a gente rodava nossos modelos (que eram os melhores, por sinal) e via o tamanho do buraco que se abria. A maldição de Cassandra é a sina da Inteligência. Quando você tem um produto mas seu usuário não quer ser assessorado”.

Apoie o Cafezinho

Cleber Lourenço

Defensor intransigente da política, do Estado Democrático de Direito e Constituição. | Colunista n'O Cafézinho com passagens pelo Congresso em Foco, Brasil de Fato e Revista Fórum | Nas redes: @ocolunista_

Mais matérias deste colunista
Siga-nos no Siga-nos no Google News

Comentários

Os comentários aqui postados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site O CAFEZINHO. Todos as mensagens são moderadas. Não serão aceitos comentários com ofensas, com links externos ao site, e em letras maiúsculas. Em casos de ofensas pessoais, preconceituosas, ou que incitem o ódio e a violência, denuncie.

Escrever comentário

Escreva seu comentário

caŕlos

02/02/2024 - 12h57

Estamos falando de pandemia o jumento, o asno que só sabe comer capim,coloca sei lá milho ou combistivel no meio só nao é mais burro porque é só um.

carlos

02/02/2024 - 12h48

O genocida vagabundo estava preocupado era com a súa campanha politica para se reeleger, muito bonzin vagabundo, vai fazer na papuda, aliás o lema da tua trajetoria vai Ser pátria, familia e xilindró.pra criar marra.

Danielle

01/02/2024 - 12h03

Perdi 2 parentes logo no início e sempre falei que eles se importaram mais em receber turistas para o carnaval do que com nossa saúde. No ano seguinte, perdi mais uma parente para está doença. Três ao todo. Família destruída, depressões, infâncias prejudicadas, problemas financeiros…

Paulo

31/01/2024 - 22h25

Esse negacionismo bolsonarista foi, possivelmente, o comportamento mais execrável do Governo Bolsonaro (muitas pessoas, inclusive eu, embora indiretamente, foram admoestadas na rua por utilizar máscaras, o que, pasmem, beneficiava até os admoestadores). Hoje, em retrospectiva, acredito que o próprio Bolsonaro reveria seu comportamento estúpido, responsável por algumas dezenas de milhares de mortes no Brasil, por conta de uma insanidade e paranoia, principalmente relacionadas às iniciativas do Governo Dória, à época…


Leia mais

Recentes

Recentes