NY Times revela uso de armas israelenses pelo Hamas

REUTERS

Um relatório do New York Times (NYT) publicado em 28 de Janeiro indica que grande parte do arsenal utilizado pelo Hamas durante a Operação Al-Aqsa Flood, em 7 de Outubro, originou-se de armas israelenses.

Oficiais militares e de inteligência de Israel concluíram que muitas das armas usadas pelo Hamas nos ataques de 7 de outubro e na guerra em Gaza foram, surpreendentemente, fornecidas pelos próprios militares israelenses.

As informações apontam que um grande número de armas explosivas do Hamas foram recicladas a partir de bombas israelitas não detonadas lançadas sobre Gaza, sendo posteriormente reaproveitadas pelo grupo.

Michael Cardash, ex-vice-chefe da Divisão de Descarte de Bombas da Polícia Nacional de Israel, afirmou que “o material bélico não detonado é a principal fonte de explosivos para o Hamas”.

O NYT também cita especialistas em armas e funcionários dos serviços secretos dos EUA e de Israel, relatando que o Hamas construiu foguetes e armamento antitanque a partir das munições não detonadas fornecidas por Israel.

Além disso, o relatório destaca que os combatentes do Hamas estariam armados com armas roubadas de bases militares israelenses. A capacidade do Hamas de obter armas foi subestimada pelas autoridades israelenses.

Em 9 de Outubro, o meio de comunicação iraniano Tasnim citou uma fonte palestiniana anónima que afirmou a existência de colaboração entre elementos do exército israelita e o Hamas. Esta cooperação teria fornecido informações “cruciais” para o lançamento bem-sucedido da Operação Al-Aqsa Flood.

O relatório da Tasnim menciona que o roubo de armas de bases israelitas é um fenômeno recorrente, citando casos de violação de segurança e roubo de equipamento militar, balas, espingardas, geradores e veículos militares.

Em 2012, o Haaretz reportou um roubo de equipamentos avaliados em 14 milhões de dólares de bases militares israelenses. O jornal Maariv, em Maio de 2019, noticiou o desaparecimento de quase 50 espingardas M16, muitas das quais nunca foram recuperadas.

Já uma investigação do The Cradle revelou que grupos de resistência na Cisjordânia ocupada dependem principalmente de armas roubadas de bases militares israelitas, além de algumas contrabandeadas através do Iraque, Síria e Jordânia.

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