O governo chinês reafirmou seu compromisso com o avanço tecnológico em áreas-chave como unidades de processamento gráfico (GPU), computação quântica, robôs humanóides e interfaces cérebro-computador, marcando mais um passo em seu esforço para liderar as “indústrias do futuro”.
Um documento oficial, emitido na segunda-feira por várias entidades governamentais, incluindo o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação e a Academia Chinesa de Ciências, convoca o país a aproveitar as oportunidades da nova revolução científica e tecnológica.
Este movimento surge em um contexto de crescentes tensões tecnológicas com os Estados Unidos, que adotaram uma abordagem de restrição ao acesso da China a tecnologias importantes.
Recentemente, as restrições de exportação de chips avançados dos EUA impediram empresas como a Nvidia de vender suas GPUs de última geração para a China.
Além disso, os EUA estão considerando novas medidas que exigiriam que provedores de serviços em nuvem, como Amazon Web Services, Google e Microsoft, identifiquem e nomeiem clientes estrangeiros que desenvolvam aplicações de inteligência artificial (IA) em suas plataformas, focando potencialmente na China.
Um projeto de regra exige que essas empresas divulguem nomes e endereços IP de clientes estrangeiros, monitorando e relatando atividades suspeitas.
Enquanto isso, a China adota uma estratégia de “esforço de toda a nação”, concentrando recursos em áreas tecnológicas específicas.
O documento político recém-publicado destaca o desenvolvimento de GPUs para treinamento de grandes modelos de linguagem, robôs para fabricação inteligente e serviços domésticos, bem como interfaces cérebro-computador, um campo também explorado por Elon Musk com a Neuralink, com aplicações potenciais em tratamentos médicos, direção autônoma e realidade virtual.
A China estabeleceu a meta de alcançar avanços em pelo menos 100 tecnologias de ponta até 2025, visando a liderança global em determinadas áreas até 2027. O documento, no entanto, não especifica critérios para medir o progresso nessas metas.
O governo chinês também expressou a intenção de participar ativamente da cooperação global e da divisão do trabalho, incentivando empresas multinacionais e institutos acadêmicos estrangeiros a estabelecerem centros de pesquisa no país.
O foco será em setores como “fabricação futura”, “informação futura”, “materiais futuros”, “energia futura”, “espaço futuro” e “saúde futura”.
Este direcionamento estratégico ocorre após a conferência anual de trabalho econômico central da China em dezembro, onde as “indústrias do futuro” foram definidas como uma missão fundamental para o próximo ano, reiterando a ambição chinesa de alcançar a auto-suficiência em semicondutores, com o objetivo de produzir 70% dos chips que utiliza até 2025.
Com informações da SCMP