Investigação aponta uso ilegal da ABIN por núcleo político ligado a Carlos Bolsonaro
A Procuradoria-Geral da República, sob a direção do Ministro Alexandre de Moraes, aprovou mandados de busca e apreensão em uma operação que atinge membros de um suposto grupo criminoso dentro da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). Entre os alvos estão associados próximos a Carlos Nantes Bolsonaro, que, segundo as investigações, podem fazer parte de um núcleo político utilizando recursos da agência de inteligência para monitorar opositores e outras figuras de interesse político pessoal.
Mensagens interceptadas e divulgadas pelo Ministério Público Federal revelam uma conversa via WhatsApp entre Alexandre Ramagem, ex-diretor da ABIN e atual deputado, e Luciana Almeida, ex-assessora do vereador Carlos Bolsonaro. Nessas mensagens, Almeida expressa apoio a Ramagem e solicita ajuda em inquéritos especiais da Polícia Federal que investigam o Presidente da República e seus três filhos.
Abaixo, a mensagem encontrada no celular de Ramagem, obtida com exclusividade pelo Cafezinho.
Além de Bolsonaro e Almeida, Giancarlo Gomes Rodrigues, um militar vinculado à ABIN, é citado por envolvimento em atividades ilícitas, incluindo o monitoramento do advogado Roberto Bertholdo, ligado a Joice Hasselmann e Rodrigo Maia, conhecidos opositores do governo na época.
A operação foi parcialmente acolhida pelo Ministério Público, com ressalvas quanto à Priscilla Pereira e Silva, que, por enquanto, não é vista como figura central nas acusações. O Procurador-Geral da República, Paulo Gonet Branco, destacou a importância do equilíbrio entre os direitos fundamentais e a efetivação da justiça.
A divulgação dessa trama sugere um possível abuso de poder e instrumentalização da inteligência nacional para fins políticos, com as autoridades brasileiras buscando esclarecer plenamente as ações e garantir a responsabilização dos envolvidos.
Clique aqui para baixar a íntegra do despacho do procurador geral da república, Paulo Gonet.