O Banco do Brasil emitiu um comunicado para empresas de defesa, anunciando a cessação do uso de capital próprio em negócios com o setor. A responsabilidade pelo financiamento de tais operações, incluindo a garantia de exportações, recai agora sobre o governo.
Esta mudança alinha o Banco do Brasil às práticas de bancos privados, que evitam negócios com empresas produtoras de materiais de guerra, seguindo padrões de governança corporativa.
A decisão surpreendeu o governo, que considera expandir o Proex (Programa de Financiamento às Exportações) para apoiar a indústria de defesa, responsável por 4% do PIB nacional.
José Mucio Monteiro, Ministro da Defesa, após reunião com Tarciana Medeiros, presidente do Banco do Brasil, revelou uma possível extensão do Proex.
Empresas do setor, como a Mac Jee, que está em risco de perder contratos de exportação no valor de US$ 500 milhões, reagiram negativamente e chegaram a falar em falência generalizada no setor.
O Banco do Brasil, anteriormente um parceiro-chave para garantias de exportação, não oferecerá mais esses serviços, conforme confirmado por executivos do banco.
A situação também afeta outras empresas, como CBC, Mectron e Avibrás, conforme reportagem da Folha.
O BNDES e a Camex, ligados ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, foram acionados para buscar soluções, embora não haja um cronograma definido para mudanças no programa.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio expressou em nota onde afirma que “busca soluções que assegurem a manutenção e o fortalecimento da indústria brasileira”.
“Trata-se de um setor estratégico para a soberania nacional e que está contemplado em uma das missões da nova política industrial lançada nesta semana pelo governo”, emendou a pasta.
Enquanto isso, o Banco do Brasil afirmou que suas decisões de crédito seguem políticas de responsabilidade social, ambiental e climática, alinhadas às práticas de mercado e regulamentações do setor financeiro.
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