Chefe da ONU insta países a reverter suspensão de financiamento de agência humanitária em Gaza

Numa declaração no domingo, o chefe da ONU disse que a Organização está a responder prontamente às alegações extremamente graves de que alguns funcionários da UNRWA estiveram envolvidos nos ataques terroristas de 7 de outubro no sul de Israel.

Uma investigação do Gabinete de Serviços de Supervisão Interna (OIOS), o mais alto órgão de investigação do sistema das Nações Unidas, foi imediatamente ativada.

“Qualquer funcionário da ONU envolvido em atos de terror será responsabilizado, inclusive através de processo criminal”, disse Guterres.

“O Secretariado está pronto para cooperar com uma autoridade competente capaz de processar os indivíduos de acordo com os procedimentos normais do Secretariado para tal cooperação”, acrescentou.

O Comissário Geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, havia anunciado anteriormente, em 17 de janeiro, uma revisão completa e independente da agência.

Dos 12 indivíduos implicados, nove foram imediatamente identificados e demitidos pelo chefe da UNRWA. Um foi confirmado como morto e as identidades dos dois restantes estão sendo esclarecidas.  

Esforços humanitários vitais em risco

Mais de dois milhões de civis na Faixa de Gaza dependem, contudo, da ajuda vital fornecida pela UNRWA. A Agência gere abrigos para mais de um milhão de pessoas e tem fornecido alimentos e cuidados de saúde desde o início do conflito.

No entanto, o seu financiamento atual é insuficiente para satisfazer todos os requisitos de apoio em fevereiro.

Reconhecendo as preocupações dos países que suspenderam os fundos e expressando o seu próprio horror face às acusações, o Sr. Guterres apelou veementemente aos governos que suspenderam as contribuições para, pelo menos, garantirem a continuidade das operações da UNRWA.

“Os supostos atos repugnantes desses funcionários devem ter consequências. Mas as dezenas de milhares de homens e mulheres que trabalham para a UNRWA, muitos deles em algumas das situações mais perigosas para os trabalhadores humanitários, não devem ser penalizados”, afirmou.

“As terríveis necessidades das populações desesperadas de Gaza e outras regiões do planeta devem ser atendidas.”

Redação:
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