As divergências dentro do govermo sobre demissões na Abin

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Após a operação da Polícia Federal realizada na última quinta-feira, 25, a exoneração de Alessandro Moretti, diretor adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), é considerada praticamente certa. Segundo fontes próximas ao governo Lula (PT), a posição de Moretti tornou-se insustentável, indicando que sua saída é uma questão de tempo.

Divergências surgiram no círculo do presidente sobre a extensão das alterações no comando da Abin. A informação é da jornalista Natuza Nery, no G1.

Interlocutores de Lula na Polícia Federal e no Ministério da Justiça, juntamente com ministros que trabalham diariamente com o presidente, apoiam a decisão de remover Moretti, sugerindo que a situação de Luiz Fernando Corrêa, diretor-geral da Abin, também é delicada.

Este grupo defende mudanças mais abrangentes na estrutura da Abin, incluindo uma reformulação dos sistemas de inteligência do governo para melhorar a coordenação das informações.

Em contraste, na Casa Civil, o ministro Rui Costa defende uma abordagem mais cautelosa, sugerindo que se deve esperar para compreender melhor a investigação da PF antes de tomar decisões.

Desde março de 2023, a Abin está subordinada à Casa Civil, anteriormente vinculada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Fontes do governo e do PT indicam que desde março de 2023, Rui Costa e Luiz Fernando Corrêa estreitaram laços.

A operação da PF revelou indícios de que membros da atual gestão da Abin tentaram interferir nas investigações, levantando suspeitas de conluio com o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da Abin no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Equipamentos da Abin, incluindo um celular e um notebook, foram encontrados com Ramagem, e um relatório de inteligência da atual gestão sobre as investigações da PF foi descoberto em seu gabinete.

Há também preocupações sobre a suposta ligação de Moretti com o bolsonarismo, dada a sua atuação na PF durante o governo anterior. Ele foi diretor de Inteligência da PF sob o comando de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal.

O ex-ministro da Justiça, Tarso Genro, elogiou Luiz Fernando Corrêa, expressando confiança em sua qualificação para o cargo de diretor da Abin.

Genro manifestou surpresa com a nomeação de Moretti como vice-diretor, considerando seu vínculo com o governo Bolsonaro, mas não acredita que Moretti seja “bolsonarista”.

Ele destacou a natureza corporativa e as mudanças nas relações de poder dentro da PF como fatores que influenciam a ocupação de cargos.

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