O que pensam os deputados petistas sobre o golpismo no governo

A coluna conversou com alguns parlamentares da bancada petista para saber o que achavam sobre as revelações recentes sobre um esquema de arapongagem na Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) e também sobre a relação do governo com os militares.

Por serem temas muito delicados e que em certa medida são conexos, apenas o deputado mineiro Rogério Correia falou abertamente entre os parlamentares procurados pela coluna.

Sobre a ABIN o deputado afirmou que ainda não poderia falar com muita propriedade sobre a situação mas ressaltou que o governo precisa resolver logo a sua relação com os militares. Para o deputado essa investigação sobre a arapongagem na ABIN vai acabar chegando no núcleo dos articuladores da intentona golpista do dia 8 de janeiro do ano passado.

Segundo ele, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o 8 de janeiro ajudou e reforçou essa percepção de que a ABIN esteve envolvida na destruição dos três poderes em Brasília. Ele reforça que o deputado Alexandre Ramagem (PL), um dos alvos das investigações, tentava a todo momento minimizar a existência de uma conspiração e organização para tentar um golpe.

Já um outro parlamentar consultado pela coluna foi incisivo em afirmar que é preciso que Lula resolva a questão envolvendo o ministro José Múcio (defesa), que em suas palavras tem mais uma relação paternalista do que de democrata em relação aos militares, sem apresentar um projeto efetivo que coloque as forças armadas sobre maior controle da democracia. Segundo este deputado, isso acaba repercutindo como uma espécie de desleixo não só com os militares mais outros órgãos como GSI e ABIN.

Além disso, outro parlamentar também apontou que não entende os motivos da permanência de bolsonaristas em órgãos do governo e que vê isso com preocupação.

De maneira geral, poucos foram os parlamentares que se colocaram de maneira favorável, um dos poucos comentários positivos veio de um parlamentar que ressaltou que as situação recentes são os custos da tentativa do presidente em unificar o país.

O que todos concordam é que alguma coisa precisa ser feita.

Cleber Lourenço: Defensor intransigente da política, do Estado Democrático de Direito e Constituição. | Colunista n'O Cafézinho com passagens pelo Congresso em Foco, Brasil de Fato e Revista Fórum | Nas redes: @ocolunista_
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