Sob Bolsonaro, Abin virou puxadinho da milícia (e santa protetora das rachadinhas)

Flávio Bolsonaro e seu ex-assessor Fabrício Queiroz. Reprodução redes sociais Imagem: Reprodução

Abin é acusada de favorecer Flávio Bolsonaro em caso de rachadinhas

A Polícia Federal investiga a possibilidade de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) tenha sido usada para auxiliar os filhos do então presidente Jair Bolsonaro, incluindo Flávio Bolsonaro, em suas defesas contra investigações judiciais. Há suspeitas de que a Abin, sob a liderança de Alexandre Ramagem durante o governo Bolsonaro, tenha produzido provas para defender Flávio no caso das “rachadinhas” de seu gabinete enquanto deputado estadual.

Além de Flávio, a agência também teria agido para fornecer informações sobre adversários políticos do ex-presidente e favorecer Jair Renan, o filho mais novo do presidente. Essas ações teriam ocorrido enquanto a Abin estava sob o guarda-chuva do GSI, chefiado pelo general Augusto Heleno.

Recentemente, a Polícia Federal realizou buscas contra Ramagem, um amigo da família Bolsonaro, suspeito de usar a Abin para espionar adversários políticos. Esta investigação surge no contexto em que o MP do Rio de Janeiro já investigava Flávio Bolsonaro por suspeita de desviar dinheiro de funcionários de seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Em 2020, Flávio foi denunciado como chefe de uma organização criminosa, mas conseguiu a anulação das decisões judiciais no STJ em 2021.

Documentos revelados pela Revista Época no final de 2020 sugerem que a Abin foi utilizada especificamente para proteger Flávio Bolsonaro no caso da Alerj, indicando a substituição de servidores da Receita Federal e uma “manobra tripla” para obter documentos a favor da defesa de Flávio.

Jair Renan, o filho mais novo de Bolsonaro, também é investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal por várias acusações, incluindo estelionato e lavagem de dinheiro, em uma operação para livrar empresas de obrigações com órgãos públicos e dívidas.

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