PF suspeita que bolsonarismo mantém infiltrados na Abin

A Polícia Federal está conduzindo uma investigação para determinar se Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), continuou recebendo informações da agência após sua saída do cargo. Ramagem está sendo investigado em um caso de espionagem de autoridades, sob a suspeita de uso de software pela Abin para monitorar ilegalmente figuras públicas e cidadãos durante a administração de Bolsonaro.

Ministros do Supremo Tribunal Federal expressam suspeitas de que a existência de uma ‘Abin paralela’ só seria possível com o aval do ex-presidente Jair Bolsonaro e do ex-ministro do GSI, general Heleno. Ambos, porém, não são alvos da operação atual.

Alguns analistas de inteligência, a propósito, desconfiam que as ameaças veladas feitas ontem por Bolsonaro, em suas redes sociais, tenham sido feitas após receber informações de algum desses “infiltrados” que ainda se encontram dentro da Abin.

Informações apontam que Ramagem autorizou monitoramentos ilegais na Abin enquanto era diretor. Ele também é acusado de cancelar processos disciplinares contra dois funcionários envolvidos em escutas ilegais usando o servidor de monitoramento FirstMile.

Essas alegações são as principais razões por trás das operações de busca e apreensão realizadas no gabinete e residências de Ramagem em Brasília e no Rio de Janeiro.

A defesa do agora deputado federal preferiu não comentar sobre o caso. Ramagem é pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro pelo PL. O presidente do partido classificou a operação como “perseguição política”.

A Operação Vigilância Aproximada tem como foco o uso da Abin, durante o governo Bolsonaro, para o monitoramento ilegal de várias pessoas, incluindo autoridades públicas, parlamentares e ministros do Supremo. Estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão em Brasília, Juiz de Fora, São João Del Rey e Rio de Janeiro.

As investigações começaram em outubro com uma outra operação da PF, mirando o uso de um software espião adquirido pela Abin, conhecido como FirstMile. O ex-presidente Bolsonaro ainda não se manifestou sobre a operação.

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