A Polícia Federal, que assumiu a investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) em fevereiro do ano passado, está investigando dois possíveis mandantes do crime.
Informações fornecidas pelo ex-sargento da Polícia Militar Ronnie Lessa, acusado de ser o executor dos disparos contra a parlamentar, sugerem a possibilidade de dois mandantes.
Lessa, que fez um acordo de colaboração premiada com a PF, aguarda a validação do acordo pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Fontes da PF disseram ao jornal O Globo que existe um esforço para concluir a investigação e prender ambos os suspeitos antes do sexto aniversário do crime, em 14 de março.
O ex-ministro da Justiça, Flávio Dino, prometeu à viúva de Marielle, a vereadora Monica Benicio, que o caso seria esclarecido ainda este ano. Dino está prestes a assumir uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) em 22 de março.
A entrada da Polícia Federal no caso trouxe novos desenvolvimentos, incluindo a identificação de um novo participante, o bombeiro Maxwell Simões Correa, acusado de monitorar Marielle. A viúva de Marielle expressou esperança renovada em um desfecho para o caso.
A validação da delação de Lessa pelo STJ, que deve começar a ser considerada a partir de 1º de fevereiro, é vista como crucial para resolver os assassinatos de Marielle e do motorista Anderson Gomes.
Durante a investigação, que esteve sob o comando de cinco delegados da Polícia Civil e diversos promotores, Lessa e seu comparsa, o ex-PM Élcio de Queiroz, foram presos em março de 2019, mas ainda não foram julgados.
A pergunta “Quem mandou matar Marielle?” permanece sem resposta.
Três indivíduos foram investigados como possíveis mandantes: o ex-vereador Marcello Siciliano, o ex-bombeiro e ex-vereador Cristiano Girão, e Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ).
Até agora, nada foi comprovado contra eles. A PF também explora a hipótese de uma disputa por terras na Zona Oeste do Rio como possível motivação para o assassinato.