A Polícia Federal está conduzindo uma investigação para determinar se a regularização de um condomínio na zona oeste do Rio de Janeiro está relacionada às mortes da vereadora Marielle Franco (PSol) e do motorista Anderson Gomes.
Segundo uma delação ainda não homologada, o ex-PM Ronnie Lessa, principal suspeito de executar o crime, indicou que a vereadora foi alvo devido ao seu apoio à regularização de um terreno para pessoas de baixa renda, conforme reportado pelo jornal O Globo.
O suposto mandante do crime, identificado na delação de Lessa como o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, teria interesse na regularização de um condomínio na região de Jacarepaguá.
De acordo com o The Intercept Brasil, Marielle Franco estava envolvida em esforços para garantir que a ocupação do terreno em questão fosse feita de maneira legal e com o suporte da Defensoria Pública e do Instituto de Terras e Cartografia do Rio.
Domingos Brazão, ao ser entrevistado pelo Metrópoles nesta terça-feira, 23, negou todas as acusações, afirmando categoricamente: “Não mandei matar Marielle“.
Este aspecto da investigação não é novo. Em 2018, meses após o assassinato de Marielle Franco, a disputa por terrenos na região de Jacarepaguá já havia sido examinada.
Chiquinho Brazão, irmão de Domingos e então presidente da Comissão de Assuntos Urbanos e Manuseio do Solo, foi convocado para depor sobre um projeto de reurbanização e verticalização da comunidade de Rio das Pedras, próxima a Jacarepaguá.
Além dele, outras testemunhas foram interrogadas sobre reuniões na Câmara Municipal, nas quais Marielle Franco participou, discutindo a regularização de terrenos na mesma área.
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