Investigação da PF considera disputa territorial como possível causa do homicídio de Marielle, segundo reportagem
A Polícia Federal está investigando um novo ângulo no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL). Ocorrido em março de 2018, o crime pode ter sido motivado por uma disputa por terras. Esta disputa ocorreu na zona oeste do Rio de Janeiro, conhecida pela forte presença de organizações milicianas. A informação foi reportada pelo jornal O Globo.
Uma delação ao órgão, aguardando confirmação pelo Superior Tribunal de Justiça, foi feita pelo ex-sargento da PM Ronnie Lessa, apontado como autor dos disparos. Ele sugeriu que a defesa de Marielle pela ocupação de terras por indivíduos de baixa renda e seu envolvimento com instituições como o Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio e o Núcleo de Terra e Habitação da Defensoria Pública a colocaram em perigo.
Conforme Lessa, o mandante do crime queria regularizar um condomínio em Jacarepaguá, ignorando critérios de interesse social, visando a especulação imobiliária.
Informações do The Intercept Brasil reveladas na terça-feira 23 indicam que Lessa mencionou o ex-deputado estadual Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio, como um dos responsáveis pelo crime, acusação que Brazão nega.
O site também sugere que Brazão poderia estar buscando vingança contra Marcelo Freixo (PT-RJ), colega de Marielle no PSOL em 2018 e figura próxima à vereadora.
Segundo o The Intercept, a vingança de Brazão teria sido motivada por várias ações de Freixo, como mencioná-lo na CPI das Milícias em 2008 e contribuir para a Operação Cadeia Velha em novembro de 2017, que levou à prisão de importantes membros do MDB, como os deputados estaduais Paulo Melo e Jorge Picciani. Brazão faz parte de um grupo político influente no Rio.