O ano de 2024 traz perspectivas significativas para o cenário de concessões no Brasil, com o governo programando o leilão de 56 projetos de infraestrutura, totalizando investimentos projetados em R$ 173 bilhões.
Essas iniciativas abrangem concessões e parcerias público-privadas (PPPs) em níveis federal e estadual, com foco em serviços de água e esgoto, trechos rodoviários, arrendamentos portuários e linhas de transmissão de eletricidade.
As informações foram compiladas pelo O Globo, com base em dados fornecidos pelo BNDES, que está atualmente envolvido na modelagem de 138 concessões e PPPs, além dos ministérios dos Transportes, de Portos e Aeroportos, e de Minas e Energia.
Especialistas e executivos destacam que as concessões agora enfrentam um cenário menos incerto do que um ano atrás.
No setor de água e esgoto, projetos geralmente estaduais ganham destaque, com o BNDES projetando escolher operadores para administrar o saneamento em diversas cidades, mobilizando investimentos expressivos.
Apesar de mudanças no marco legal do saneamento básico em 2022, a perspectiva de incentivo à participação privada permanece, gerando otimismo em relação aos investimentos no setor.
No entanto, ainda existem incertezas quanto ao apetite de operadores e investidores, com desafios anteriores, como o cancelamento da licitação de um trecho da BR-381 em 2023, evidenciando a necessidade de um ambiente mais favorável.
O BNDES desempenha um papel crucial nesse panorama, sendo responsável pela modelagem de uma parte significativa das concessões e PPPs. O banco tem adotado uma abordagem mais inclusiva, buscando soluções que favoreçam tarifas mais baixas.
Além disso, o setor elétrico, com ênfase em linhas de transmissão, permanece como destaque nas projeções, enquanto o mercado de rodovias e arrendamentos portuários também está no radar.
Com a expectativa de mais investimentos em infraestrutura em 2024, questões sobre o tamanho do apetite dos operadores e investidores continuam a ser monitoradas, com a possibilidade de operações de fusões e aquisições e maior uso de emissão de títulos de dívida como fonte de financiamento.