O jornal O Globo publicou um editorial nesta terça-feira, 23, que mostra seus tentáculos e garras neoliberais contra o programa “Nova Indústria Brasil”, lançado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante evento oficial nesta segunda no Palácio do Planalto.
O plano é ambicioso e inédito na história do país, pois prevê financiamentos da ordem de R$ 300 bilhões até 2026, sendo a maior parte proveniente do BNDES, que durante os governos de Temer e Bolsonaro – apoiados economicamente pelo Grupo Globo – teve um papel quase inexistente graças a vassalagem dessas gestões aos interesses estrangeiros.
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O editorial até chega a falar sobre a tendência global de reindustrialização, mas argumenta que isso não “justifica” as medidas adotadas pelo governo brasileiro.
A conclusão do Globo é desonesta para não dizer mentirosa, pois não existem precedentes no capitalismo global de que um processo de reindustrialização não tenha sido puxado maçicamente pelo estado. Estados Unidos e Alemanha são os exemplos mais claros. A iniciativa privada, sozinha, não tem a menor chance e capacidade de liderar esse processo.
“O governo abriu ontem mais um capítulo na longa história das políticas industriais brasileiras. Desta vez, o plano se chama Nova Indústria Brasil e prevê financiamentos da ordem de R$ 300 bilhões até 2026, a maior parte do BNDES. É verdade que o mundo tem sido palco de uma nova onda de ações governamentais para reavivar a indústria. Mas o pretexto da ‘onda global’ não necessariamente justifica as medidas”, escreveu o editorial.
O jornal da Família Marinho também atacou diretamente o Partido dos Trabalhadores (PT), questionando a eficácia de políticas industriais anteriores, particularmente sob os dois primeiros governos do presidente Lula.
“Mas o histórico dos governos como investidor — não apenas, mas especialmente, os petistas — recomenda ceticismo. Quando postas em prática, políticas industriais têm se tornado meios recorrentes de favorecer setores politicamente interessantes (indústria automotiva ou petrolífera) e obsessões desenvolvimentistas (indústria naval ou a produção de semicondutores nacionais)”, dispara o texto.
Apesar das críticas do Globo, a nova política industrial recebeu apoio da Confederação Nacional da Indústria e da Federação das Indústrias de São Paulo, que estão colaborando com o governo na implementação do plano.
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