O ex-deputado Domingos Brazão foi apontado como mandante do assassinato de Marielle Franco pelo ex-policial militar Ronnie Lessa. Brazão, atualmente conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), já havia sido mencionado nas investigações anteriormente.
As suspeitas surgiram após o depoimento de 2019 do PM Rodrigo Jorge Ferreira, conhecido como Ferreirinha, que inicialmente acusou Marcelo Siciliano, então vereador, e o miliciano Orlando Oliveira de Araújo (Orlando Curicica) de serem os mandantes do crime.
Contudo, a Polícia Federal desconfiou desta versão e concluiu que Ferreira e sua advogada estavam envolvidos em uma organização criminosa que visava obstruir as investigações.
Raquel Dodge, então procuradora-geral da República, solicitou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) que Brazão fosse investigado sob suspeita de ter empregado um policial federal aposentado para induzir Ferreirinha a prestar falso testemunho.
Além disso, as investigações indicaram indícios do envolvimento de Brazão com o grupo criminoso conhecido como Escritório do Crime.
A investigação aponta que Brazão e seu grupo buscavam prejudicar Siciliano, rival político na Zona Oeste do Rio, uma área de influência de sua família.
Provas também foram encontradas ligando o conselheiro do TCE a Jomar Duarte Bittencourt Junior, o Jomarzinho, filho de um delegado da Polícia Federal e suspeito de vazar informações sobre a operação do caso Marielle em 2019.
Antes da delação de Lessa, Brazão já havia sido investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio e pela própria Polícia Federal, mas não foram encontradas provas de sua relação direta com o crime.
A delação do ex-PM Élcio Queiroz, que dirigia o carro usado no atentado, também mencionou Brazão, levando o inquérito ao STJ, devido ao foro privilegiado do conselheiro.