Um levantamento feito pela GloboNews revelou que as mortes de policiais militares em serviço no estado de São Paulo reduziram pela metade nos três anos seguintes à introdução das câmeras corporais em agosto de 2020.
Os dados, obtidos através da Lei de Acesso à Informação (LAI), mostram que entre 2021 e 2023, após a implementação do ‘Programa Olho Vivo’ pelo governo estadual, ocorreram 19 mortes de policiais militares, representando uma média anual de 6,3 mortes.
Comparativamente, nos três anos anteriores à adoção das câmeras (2017 a 2019), foram registradas 41 mortes, com uma média de 13,6 mortes por ano. Isso representa uma diminuição de 53,7% na média anual de mortes.
O ano de 2020, quando o programa foi iniciado, registrou 18 mortes de PMs em serviço. Os dados analisados cobrem uma série histórica de dez anos (2014-2023) e incluem apenas os assassinatos de policiais militares em serviço, excluindo as mortes ocorridas fora do trabalho.
Recentemente, entre os dias 18 e 19 deste mês, houve quatro ataques a policiais militares no estado, incluindo a morte de uma PM na Zona Sul da capital paulista.
Em resposta, a Secretaria Estadual da Segurança Pública anunciou operações Escudo nas regiões afetadas. A reportagem está aguardando um balanço das ocorrências dessas operações para atualizar a notícia.
O governador Tarcísio de Freitas expressou ceticismo quanto à eficácia das câmeras corporais em entrevista em janeiro, declarando que não planeja investir em novos equipamentos.
Paralelamente, o Ministério da Justiça e da Segurança Pública está preparando um projeto de lei para promover o uso de câmeras corporais pelas polícias brasileiras, com o CNPCP recentemente aprovando uma recomendação para o uso desses dispositivos por agentes de segurança.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) informou que o programa Olho Vivo continua ativo, com planos de expansão e novos investimentos em 2024.
Atualmente, 10.125 câmeras estão em uso, cobrindo 52% dos policiais do estado. De janeiro a novembro de 2023, 20 policiais militares (em serviço e de folga) foram vítimas fatais em crimes contra a vida no estado. A SSP destaca que todas as mortes de agentes de segurança são rigorosamente investigadas.