A Petrobras anunciou que está empenhada em expandir a Refinaria Abreu e Lima, localizada em Pernambuco, com um orçamento de US$ 17 bilhões ao longo de quatro anos. O objetivo é ampliar em até 40% a produção nacional de diesel, conforme divulgado nesta quarta-feira, 17.
Segundo a estatal, as obras têm como meta aumentar a produção diária de diesel S10 com baixo teor de enxofre em até 13 milhões de litros.
A Petrobras detalhou, em uma entrevista coletiva realizada no Recife, os investimentos retomados na refinaria, destacando que as obras relacionadas ao refino, transporte e comercialização deverão criar até 30 mil empregos até o ano de 2028.
A expansão da Refinaria Abreu e Lima faz parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do plano de negócios da Petrobras.
Nos próximos meses, está previsto o início das obras de ampliação da produção nas instalações do Trem 1 da refinaria, com conclusão esperada para o primeiro trimestre de 2025.
Essa etapa visa aumentar a capacidade de processamento do petróleo da camada pré-sal, melhorar o escoamento de produtos leves e ampliar a carga.
A segunda fase, conhecida como Trem 2, terá início no segundo semestre e deverá ser concluída em 2028. Com este projeto, a refinaria poderá processar 260 mil barris adicionais de petróleo por dia.
Além disso, a expansão em andamento da refinaria incluirá a instalação da primeira unidade SNOX do refino brasileiro, com previsão de conclusão ainda este ano.
Esta instalação permitirá a transformação de óxido de enxofre (SOx) e óxido de nitrogênio (NOx) em um novo produto comercializável.
O anúncio dos investimentos foi feito um dia antes da cerimônia de lançamento do projeto, que contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
A Refinaria Abreu e Lima, em operação desde 2014 e localizada em Ipojuca (PE), atualmente converte 70% do petróleo cru em diesel, processando 230 mil barris por dia.
Vale destacar que a construção da refinaria enfrentou questões relacionadas à Operação Lava Jato, que revelou problemas como contratos superfaturados e desvio de recursos da obra. O projeto foi finalizado com um custo muito superior ao inicialmente previsto.
Durante a entrevista coletiva, o gerente-geral da refinaria, Márcio Maia, mencionou o interesse da Petrobras em recontratar trabalhadores pernambucanos que estiveram envolvidos na construção da refinaria.
As obras foram iniciadas em 2005, mas foram interrompidas em 2015, devido a denúncias de corrupção relacionadas à Operação Lava Jato.
Para facilitar a busca por mão de obra qualificada, a Petrobras lançou o Programa Autonomia e Renda, oferecendo cursos de formação inicial continuada (FIC) e cursos técnicos a pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica.
O programa inclui bolsa-auxílio para os participantes, priorizando grupos minorizados, como mulheres, pessoas negras, pessoas com deficiência e refugiados.
Entre os temas dos cursos estão reforço de português e matemática, segurança, meio ambiente e saúde, além do desenvolvimento de competências socioemocionais e pessoais.
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