Mas poderia ser maior se o Brasil ainda não precisasse importar tanto refinado. Em 2023, importamos igualmente US$ 27 bilhões em derivados de petróleo.
Poderíamos, em tese, dobrar nossas exportações, e ter um saldo de quase US$ 60 bilhões, caso a Lava Jato não tivesse atrasado o projeto de expandir nosso parque de refino e a Abreu e Lima, Comperj, etc, já estivessem plenamente operantes.
Ou seja, a Lava Jato não apenas destruiu mais de 4 milhões de empregos (segundo cálculo do Dieese), mas também atrasou em quase 10 anos o nosso projeto de desenvolvimento, que obviamente precisa de uma base energética sólida para se materializar.
Há outro ponto fundamental: a importação brasileira de refinados não é um “luxo”. Não é uma coisa que poderíamos diminuir sem causar impacto devastador na economia nacional.
Exportar petróleo bruto dá dinheiro. É muito bom. Mas se houver disrupção no fornecimento de refinado no mundo, teremos grandes dificuldades.
Lula está certo em determinar que o Brasil amplie o processamento de seu próprio petróleo. Isso nos dará mais segurança econômica e energética.
Não podemos esquecer que o Brasil também precisa de refinado quando falta chuva e precisamos usar nossas termelétricas.
Ou seja, petróleo não é só para carro, caminhão e ônibus. É uma fonte de energia importante também para a geração de energia elétrica. Isso sem falar em nossas indústrias.
O projeto de neoindustrialização verde do Brasil está ligado diretamente ao fornecimento de gás natural às unidades fabris. Gás é muito menos poluente que carvão, e mais barato que energia elétrica.
Por fim, a construção de refinarias no Brasil é um passo fundamental para que o país tenha o controle sobre o ritmo que devemos aplicar à nossa transição energética.
A Petrobrás já tomou a decisão, com aval de Lula, de converter suas refinarias em centros de pesquisa para transição energética, de maneira que, no futuro, serão todas refinarias verdes, não-poluente, usando apenas materiais renováveis!