Rússia entra na guerra dos microchips

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A guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que se intensificou desde 2022, destacou a crescente dependência da tecnologia militar moderna de semicondutores e microchips.

Estes componentes, cruciais para drones, mísseis e veículos militares, tornaram-se uma pedra angular na estratégia de guerra de Moscou.

Em 2022, a Rússia registrou um aumento na importação de tecnologia de semicondutores, alcançando US$ 2,5 bilhões, um salto significativo em comparação com US$ 1,8 bilhão em 2021.

Microprocessadores, muitas vezes originários de países ocidentais, estão sendo progressivamente integrados no inventário militar russo. A aquisição desses componentes por Moscou, através de nações intermediárias como a China, tem sido notável.

Dados revelam que as forças armadas russas utilizam uma ampla gama de componentes estrangeiros em seus 27 sistemas militares avançados.

Um volume considerável desses componentes é de empresas dos Estados Unidos, com participações também da Ucrânia, Japão e Alemanha. Mesmo com sanções em vigor, a Rússia continua importando esses componentes essenciais para suas operações militares.

A China surge como o principal fornecedor de microchips para a Rússia, com um aumento expressivo em comparação com 2021.

Além disso, Moscou aumentou suas importações de países do Cáucaso, Ásia Central e Oriente Médio, com destaque para Geórgia, Armênia e Quirguistão, fornecendo principalmente veículos e equipamentos de guerra.

A União Europeia, ao constatar o aumento do comércio com essas nações intermediárias, implementou em junho de 2023 um conjunto de sanções mais robustas.

Estas incluem restrições à venda de 15 bens tecnológicos específicos, frequentemente encontrados em equipamentos militares russos. Empresas tecnológicas dos EUA, como Intel e Texas Instruments, estão entre os produtores desses microchips.

A implementação de sanções ocidentais impactou a capacidade da Rússia de produzir e manter seu equipamento militar moderno. O complexo militar-industrial russo, composto por mais de 800 empresas, enfrentou restrições financeiras e tecnológicas significativas.

Paralelamente, a economia russa e a indústria energética, fortemente dependentes de exportações para o Ocidente, sofreram com as sanções, afetando a produção de novas armas e a capacidade de financiar atividades militares.

As sanções também isolaram a Rússia internacionalmente, afetando suas capacidades diplomáticas e de segurança. A eficácia das sanções na alteração das ações militares russas, contudo, ainda é incerta.

As nações ocidentais permanecem unidas em sua mensagem contra a agressão russa, mas o impacto no comportamento do presidente Putin e na retirada da Rússia da Ucrânia continua sendo um ponto de debate.

Com informações da Modern Diplomacy

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