O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, instou a comunidade internacional a utilizar os cerca de US$ 300 bilhões em ativos russos congelados para financiar a reconstrução do país após dois anos de conflito com a Rússia.
Durante uma entrevista à BBC News no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, Zelensky enfatizou a necessidade de direcionar esses fundos para a restauração das áreas devastadas pelos mísseis russos.
O grupo G7, representando os principais bancos mundiais, está atualmente avaliando a possibilidade de liberar apenas o valor do aumento e dos juros acumulados nos ativos congelados.
No entanto, o presidente ucraniano argumenta que a quantia total, estimada em aproximadamente US$ 300 bilhões, deve ser alocada integralmente para apoiar os esforços de reconstrução do país.
Apesar do apoio declarado de alguns governos, como os Estados Unidos e o Reino Unido, os bancos centrais europeus têm expressado ceticismo em relação a essa proposta, preocupados com seu possível impacto nas finanças globais e a criação de um precedente jurídico.
A Bélgica, em particular, é um dos principais detentores de ativos congelados devido ao seu papel no sistema de compensação das reservas europeias.
Durante sua participação em Davos, Zelensky realizou reuniões com importantes figuras do setor financeiro, incluindo Jamie Dimon, do JP Morgan, e Steven Schwarzman, da Blackstone.
Bill Winters, presidente do Standard Chartered, destacou a reação mista da comunidade financeira global, mencionando preocupações com a “instrumentalização” dos bancos centrais e das moedas.
“No longo prazo, o dólar americano desempenha um papel tão central que devemos ter cautela em transformá-lo em uma arma. Já foi bastante utilizado como instrumento através da imposição de sanções. Esta proposta seria uma extensão adicional desse uso”, observou Winters.
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