O grupo Houthis, alinhados com o Irã e o Hamas, atacaram com um míssil um navio mercante perto da costa nesta segunda-feira, 15, intensificando as tensões no Mar Vermelho. O incidente foi seguido por explosões nas proximidades de um aeroporto sob controle dos houthis.
A empresa Ambrey, especializada em segurança naval, e o Comando Central das Forças Armadas dos EUA reportaram que três mísseis foram lançados contra um cargueiro americano próximo a Aden, no sul do Iêmen. Um míssil atingiu a embarcação, mas não causou vítimas e os danos não foram suficientes para impedir a continuação de sua jornada.
Esta ação ocorre após ataques dos EUA e do Reino Unido contra posições houthis, embora ainda não esteja claro se as explosões mais recentes são resultado de novos bombardeios.
A crise na região tem suas raízes na guerra entre Israel e o Hamas, que completou 100 dias no domingo 14. Os houthis, aliados do grupo palestino e apoiados pelo Irã, têm atacado embarcações no Mar Vermelho desde 19 de novembro. EUA e Reino Unido, em colaboração com outros países, formaram uma força-tarefa naval para proteger as rotas comerciais.
Apesar de ataques recentes dos aliados, os houthis continuam suas ações militares, inclusive contra navios. Um míssil de cruzeiro antinavio foi interceptado por um caça americano, marcando o primeiro engajamento do tipo a partir de uma base terrestre na região, o que indica um aumento na complexidade do conflito.
O ministro da Defesa do Reino Unido, Grant Shapps, informou ao Parlamento que a política dos aliados será de “esperar para ver”, enfatizando que Londres não deseja entrar em guerra com os houthis.
O Qatar, devido à crescente insegurança no Mar Vermelho, suspendeu o trânsito de gás natural liquefeito pela região.
A QatarEnergy, em parceria com a ExxonMobil, emitiu ordens para que quatro navios aguardassem evolução da situação. Isso impacta especialmente a Europa, que aumentou sua dependência do gás qatari e dos Emirados Árabes após reduzir a importação do gás russo.
A crise afeta significativamente o comércio, com várias empresas petrolíferas desviando suas rotas para contornar a África, aumentando custos e tempo de viagem. Além disso, a Suzuki, fabricante japonesa de automóveis, anunciou a paralisação da produção em uma fábrica na Hungria devido a atrasos no transporte marítimo.
Cerca de 15% do comércio marítimo mundial passa pela região. O tráfego no canal de Suez, que conecta o Mar Vermelho ao Mediterrâneo, caiu 90%, afetando significativamente a receita do Egito.
Os preços das commodities energéticas se mantêm estáveis, apesar da crise, com os depósitos europeus de gás em níveis elevados e sem desabastecimento de petróleo.
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