A medida que as tensões continuam a escalar no Mar Vermelho, repercussões significativas estão sendo sentidas no comércio global de café. Segundo informações divulgadas pela Bloomberg, essas tensões estão causando atrasos nas viagens marítimas, afetando diretamente o comércio do produto.
A situação atual tem levado compradores a recusar remessas do Vietnã, o maior produtor de café do país. Em busca de alternativas, muitos estão se voltando para o Brasil.
A preferência pelo Brasil ocorre pelo fato de que as rotas de navios do Vietnã para a Europa passam pelo Mar Vermelho, uma via essencial para a exportação de café vietnamita.
Esse não é um cenário inédito. Em 2021, um incidente similar ocorreu quando um navio bloqueou o Canal de Suez, causando perturbações significativas no comércio de café robusta. A necessidade de redirecionar navios resulta em um aumento nos custos de transporte de commodities, incluindo o café.
Os contratos futuros do café robusta tiveram um aumento de mais de 30% neste mês, devido a essas interrupções comerciais.
Esse aumento surge após um ano de escassez de grãos de café em 2023, quando os preços subiram 60% por conta de condições climáticas adversas no Vietnã. O país asiático é responsável por 40% da produção global de café robusta, conforme dados da Nescafé.
A Organização Internacional do Café registrou que os preços do robusta atingiram o maior nível em 25 anos em dezembro, com uma média de US$ 1,35 por libra. Além disso, houve um aumento de 122% nos custos de transporte marítimo desde o início de dezembro, conforme o Drewry World Container Index.
No mercado de café, exportadores vietnamitas enfrentam um aumento exorbitante nas taxas de frete, que em alguns casos dispararam para quase US$ 4.000 por contêiner.
Com o aumento das tensões, teme-se que a instabilidade marítima possa desencadear uma nova onda de inflação, remetendo aos desafios de abastecimento vivenciados durante a pandemia.
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