Suíça sediará cúpula de paz para buscar o fim do conflito na Ucrânia

AFP

Nesta segunda-feira, 18, a Suíça concordou em sediar uma cúpula de paz, a pedido do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, com o objetivo de discutir a ‘fórmula de Kiev’ para resolver o conflito na Ucrânia, conforme informou a agência Reuters.

O governo suíço confirmou a realização da cúpula e afirmou que mais detalhes estão sendo finalizados.

Em uma entrevista coletiva realizada em Berna, Zelensky, ao lado da correspondente suíça Viola Amherd, não divulgou a lista completa de participantes da cúpula em planejamento.

No entanto, ele instou os países do Sul Global a condenarem a Rússia, declarando:

“Estamos abertos a todos os países que respeitam nossa soberania e integridade territorial na cúpula da paz, então tirem suas conclusões sobre quem convidaremos. Gostaríamos que o Sul Global estivesse presente… é importante para nós mostrar que todo o mundo é contra a agressão da Rússia e que o mundo inteiro é a favor de uma paz justa”.

Zelensky e Amherd não forneceram informações específicas sobre a data e o local exatos da cúpula na Suíça, mas anunciaram que suas equipes começarão a organizá-la a partir de terça-feira.

A visita de Zelensky à Suíça ocorreu em meio a encontros com líderes mundiais no Fórum Econômico Mundial de Davos. Durante a sua estada, o presidente ucraniano expressou o desejo de que a China, uma importante aliada da Rússia, participe da cúpula de paz, observando:

“Gostaríamos muito que a China estivesse envolvida em nossa fórmula (da paz) e também na cúpula”, acrescentando que a decisão não depende apenas dos desejos da Ucrânia.

Por outro lado, o Kremlin rejeitou as negociações em Davos sobre a ‘fórmula de Kiev’ para a paz na Ucrânia, afirmando que, uma vez que a Rússia não faz parte das discussões, não se espera que alcancem resultados significativos.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou: “Isso é simplesmente falar por falar. Esse processo não pode ter como objetivo alcançar nenhum resultado específico pela razão óbvia – não estamos participando. Sem nossa participação, qualquer discussão não tem perspectiva de resultados.”

Em novembro de 2022, Zelensky revelou sua iniciativa de paz de 10 pontos, chamada de ‘fórmula de paz’, que inclui uma troca de prisioneiros com a Rússia, garantias de segurança para a Ucrânia e o retorno às fronteiras anteriores a 2014.

A Rússia lançou sua ‘operação militar especial’ na Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.

Embora as delegações russa e ucraniana tenham participado de várias rodadas de conversações de paz desde então, as negociações chegaram a um impasse.

Em outubro de 2022, Zelensky assinou um decreto declarando que Kiev não poderia manter conversações de paz enquanto Vladimir Putin fosse presidente da Rússia.

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