Em recente entrevista ao jornalista italiano Fabio Fazio, o Papa Francisco compartilhou sua perspectiva sobre as repercussões de suas decisões à frente da Igreja Católica. O pontífice admitiu enfrentar o ônus da “solidão” decorrente de algumas de suas escolhas.
A discussão surgiu em meio à controvérsia desencadeada pela autorização para que padres e bispos abençoem casais homoafetivos, desde que essa bênção não seja considerada um ritual sacramental de casamento.
“Tem um preço de solidão que você deve pagar, às vezes as decisões não são aceitas”, declarou o Papa quando questionado sobre a repercussão de medidas como a bênção para casais homossexuais.
Francisco enfatizou que a falta de aceitação muitas vezes decorre da falta de conhecimento sobre as decisões em si, afirmando:
“Na maior parte das vezes, as decisões não são aceitas porque não são conhecidas”.
Ele defendeu a bênção para casais homoafetivos com a afirmação de que “o Senhor abençoa todos” e destacou a importância de orientar as pessoas em sua jornada espiritual ao invés de condená-las prematuramente.
É importante ressaltar que a decisão de abençoar casais homoafetivos gerou críticas severas por parte do clero conservador.
O arcebispo italiano Carlo Maria Viganò, conhecido desafeto do Papa, chegou a acusá-lo de ser um “usurpador” e “servo de Satanás”.
Além disso, alguns arcebispos, como o de Nairóbi, Philip Anyolo, optaram por ignorar a nova diretriz do Vaticano e proibir padres de abençoarem casais homoafetivos.