Um juiz federal ameaçou expulsar o ex-presidente Donald Trump do tribunal na quarta-feira, em meio a um julgamento civil por difamação contra ele.
Durante o julgamento, Trump fez repetidos comentários audíveis ao júri, incluindo a afirmação de que o caso é uma “caça às bruxas”, conforme relatado por um advogado de E. Jean Carroll, autora que processa Trump por comentários depreciativos feitos durante sua presidência.
O juiz distrital dos EUA Lewis Kaplan, que preside o caso, repreendeu severamente Trump após reclamações dos advogados de Carroll de que os murmúrios de Trump durante o depoimento de Carroll poderiam influenciar o júri.
Os comentários de Trump no tribunal ecoaram suas declarações anteriores sobre o caso, incluindo um vídeo de 2023 em que chamou um julgamento anterior contra Carroll de “caça às bruxas” e uma “desgraça”.
Kaplan, juiz federal desde 1994, também supervisionou um julgamento anterior no qual o júri determinou que Trump pagasse US$ 5 milhões a Carroll por abuso sexual e difamação. No julgamento atual, Carroll busca pelo menos US$ 10 milhões em danos.
Durante uma pausa para o almoço, os advogados de Trump pediram que Kaplan se recusasse, alegando “hostilidade geral” do juiz em relação à defesa, mas Kaplan negou o pedido.
Carroll testemunhou sobre o impacto dos comentários de Trump, afirmando que eles destruíram seu mundo. Ela mencionou ser conhecida agora como “mentirosa, fraude e maluco” devido às declarações de Trump. Carroll também destacou o recebimento de comentários insultuosos e ameaças nas redes sociais após as acusações verbais de Trump.
Kaplan já havia decidido que os comentários de Trump sobre Carroll enquanto presidente eram difamatórios, restando ao júri decidir a indenização a ser paga. Trump continuou a atacar Carroll nas redes sociais e também denegriu Kaplan em suas postagens.
A advogada de Trump, Alina Habba, questionou Carroll sobre a atenção que recebeu após acusar Trump, insinuando que Carroll teria aproveitado a publicidade. Carroll respondeu que é importante para as mulheres se manifestarem e vencerem julgamentos, afirmando que não quer ficar quieta.
O testemunho de Carroll continuará na quinta-feira.
Com informações do site Político