A Petrobras anunciou planos para aumentar a produção da refinaria de Abreu e Lima (Rnest), localizada em Pernambuco, em 160% nos próximos quatro anos.
As obras de expansão estão programadas para iniciar no segundo semestre deste ano, com previsão de conclusão em 2028. Os detalhes financeiros do projeto não foram revelados.
A capacidade de processamento da refinaria será elevada para 260 mil barris de petróleo por dia, segundo Mariana Cavassin, gerente executiva de projetos de desenvolvimento da produção da estatal. Atualmente, a Rnest processa 100 mil barris diariamente.
Inaugurada há 18 anos com a presença dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez (Venezuela), a Rnest foi um marco nas investigações da Operação Lava Jato.
O projeto inicial, uma colaboração com a PDVSA venezuelana, visava à independência brasileira no refino de petróleo.
A expansão da capacidade de Abreu e Lima é defendida pelos técnicos da Petrobras e incluirá a adição de aproximadamente 13 milhões de litros de Diesel S10 por dia à produção nacional.
Cavassin mencionou que o novo segmento da refinaria, denominado Trem 2, está previsto para iniciar operações em 2027.
As obras de ampliação do Trem 1, já existente, começarão em 2024, visando aumento de carga e melhor escoamento de produtos.
A primeira etapa da expansão é esperada para o primeiro trimestre de 2025, aumentando a capacidade para 130 mil barris por dia.
O projeto inclui também a construção da primeira unidade Snox do refino brasileiro, prevista para começar a operar em 2024.
A Petrobras não especificou os valores investidos em cada fase da expansão, citando licitações em andamento.
Cavassin destacou que a ampliação passou por uma rigorosa avaliação econômica, sendo aprovada pelo conselho de administração da Petrobras em 2023.
A previsão de investimento para o revamp do Trem 1 é de US$ 2 bilhões, parte do plano estratégico de R$ 17 bilhões para 2024-2028.
A obra deverá gerar um pico de atividade em 2025, criando cerca de 30 mil empregos, sendo 10 mil diretos.
Márcio Maia, gerente geral da Rnest, informou que a refinaria atualmente representa 6% da capacidade total de refino da Petrobras, com potencial para atingir 10%.