Militares israelenses estão matando 250 palestinos por dia e muitos outros estão ameaçados pela fome, doenças e frio.
Militares de Israel estão matando 250 palestinos por dia em Gaza, maior número já observado em qualquer outro conflito no século 21, à medida que o confronto se aproxima do seu 100º dia (próxima segunda-feira, 15/1). No total, mais de 20 mil pessoas já morreram desde que as hostilidades foram iniciadas em 7 de outubro de 2023, quando o grupo Hamas invadiu Israel e provocou a morte de 1.200 pessoas, além de sequestrar dezenas de outras.
“A escala das atrocidades que Israel está cometendo em Gaza são chocantes”, afirma Sally Abi Khalil, diretora da Oxfam para o Oriente Médio. “Nesses 100 dias, o povo de Gaza suportou um inferno. Nenhum lugar é seguro e toda a população corre risco de fome.”
Sally afirma ser “inimaginável” que a comunidade internacional apenas assista ao conflito e bloqueie continuamente os apelos para um cessar-fogo.
Segundo cálculos da Oxfam com base em dados disponíveis, a média diária de mortes em Gaza é maior do que qualquer outro conflito armado recente, incluindo a Síria (96,5 mortes por dia), o Sudão (51,6), Iraque (50,8), Ucrânia (43,9) Afeganistão (23,8) e Iêmen (15,8).
A Oxfam alerta que as pessoas em Gaza estão tendo que viver em condições cada vez mais precárias, em espaços cada vez menores, devido aos constantes bombardeios por parte de Israel. Mais de um milhão de pessoas – mais de metade da população de Gaza – foram forçadas a procurar abrigo em Rafah, na fronteira egípcia. Segundo informações da equipe da Oxfam local, há uma superlotação no local, com pouca água e alimentação, e não há mais medicamentos essenciais.
A crise é agravada pelo fato de haver uma restrição à entrada de ajuda humanitária – a fronteira está fechada e apenas 10% da ajuda necessária tem entrado em Gaza.
Além das vítimas diretas da ação militar de Israel, há uma grande ameaça à vida de milhares de pessoas devido à fome e doenças. Há também a questão do clima, que está mais frio e úmido, deixando a situação dos refugiados ainda mais crítica, pela falta de cobertores e combustível para aparelhos de aquecimento.
Segundo um engenheiro que foi deslocado para a região de Al-Mawasi com sua família, a situação é catastrófica. “Estamos dormindo deitados sobre sacos de farinha para nos proteger da chuva. Minha esposa e minhas filhas usam um coberto à noite. Não há cobertores suficientes para todos. Não temos nada.”
No campo de Jabaliya, houve inundação de esgoto não tratado quando tubulações e uma estação de bombeamento foram danificados pelos ataques aéreos israelenses. A falta de água potável e de saneamento adequado representa um enorme risco para a saúde. Os casos de diarreia, por exemplo, são hoje 40 vezes superiores aos verificados no ano passado – e esses números devem piorar ainda mais nos próximos dias.
“A única maneira de interromper o massacre e evitar que mais vidas sejam perdidas é com um cessar-fogo imediato, a liberação dos reféns de ambos os lados e a entrada da ajuda humanitária necessária”, afirma Sally, diretora da Oxfam para o Oriente Médio.
Publicado originalmente pela Oxfam em 11/01/2024
Nelson
17/01/2024 - 14h58
“Se você não quer saber do que se passa no mundo, faça como o avestruz: enfie a cabeça na televisão”.
Esta foi a legenda que o genial Millôr Fernandes inseriu numa charge que desenhou certa feita. Nunca esqueci dela.
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E a coisa transcorre bem assim. Já faz muitas décadas que, a seu talante, os governos sionistas de Israel têm ordenado a repressão, o encarceramento, a tortura e o assassinato de palestinos e palestinas. Para isso, têm contado com o apoio incondicional das chamadas democracias ocidentais.
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De outra parte, o que temos visto durante todo esse tempo nos órgãos da mídia hegemônica, a televisão em primeiro plano? Essa mídia repete vezes sem conta que Israel é “a única democracia do Oriente Médio” e tem o direito de se defender contra os “terroristas” palestinos.