O advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, mais conhecido como Kakay, destacou a complexidade da situação jurídica do senador Sergio Moro (União Brasil-PR), ex-juiz da Operação Lava Jato e declarado suspeito pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Kakay apontou que as acusações do empresário Tony Garcia representam apenas uma parte das investigações contra Moro.
O ministro do STF, Dias Toffoli, iniciou um inquérito para investigar possíveis ilegalidades cometidas por Moro.
Kakay, ao discutir o caso do ex-juiz, mencionou ter sido procurado por três indivíduos interessados em denunciar Moro por irregularidades em delações.
Ele afirmou que mais pessoas devem se manifestar, acusando Moro de pressionar indevidamente e até de prender para obter delações.
“Vai ‘chover’ outras pessoas, porque ele pressionou de forma irregular e até prendeu para que a delação fosse feita. Vários devem acionar o STF para desfazer a delação”, disse Kakay a revista ISTOÉ.
Em uma entrevista anterior ao portal 247, o empresário e ex-deputado Tony Garcia relatou ter sido coagido por Moro a fornecer informações falsas à revista Veja contra o ex-ministro José Dirceu (PT).
Garcia comparou a capital paranaense, Curitiba, onde ocorreram os maiores desmandos e crimes da Operação Lava Jato, à “Guantánamo brasileira”.
O advogado Roberto Bertholdo, em outra entrevista ao 247, corroborou as afirmações de Garcia, indicando a participação de membros do Judiciário na chamada “festa da cueca” em Curitiba, com a presença de garotas de programa.
Essas alegações apontam para eventos onde eram julgados processos de primeira instância da Lava Jato.
Garcia também acusou procuradores próximos a Moro de estarem cientes da festa envolvendo desembargadores do Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF4-RS), responsável pelos processos de segunda instância da Lava Jato.
Segundo ele, Moro teria utilizado o evento para chantagear membros do TRF4, visando assegurar que suas decisões fossem favoráveis ao ex-juiz.
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