Ainda em junho passado, essa coluna revelou uma série de irritações que o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto e o ex-presidente da República Jair Bolsonaro. Naquela ocasião já havia quem apontasse que Valdemar teria que decidir entre escolher Bolsonaro e o futuro do partido.
Dessa vez o plano de fundo é a briga pelo posto de candidato do bolsonarismo na eleição para a prefeitura de São Paulo.
O “PL raiz”, composto por Valdemar e outros nomes não-alinhados ao extremismo de direita quer, acima de tudo, ocupar o espaço deixado pelo PSDB no estado e vê que o ponto de partido seria a prefeitura da capital paulista que não deu muito votos ao ex-presidente durante as eleições de 2022.
Parte do PL também acha dificil ter uma legenda robusta e controlar os extremistas da legenda que seriam necessários apenas até certo ponto para o partido. Não por menos, ainda no ano passado uma fonte confidenciou à coluna: “com exceção das irritações causadas por uma ou outra atitude ou declaração afobada de Bolsonaro, no geral, Valdemar não dá muita atenção para o que ex-presidente pensa politicamente”.
Bolsonaro reclama desde a casa alugada pelo PL para que more em Brasília até a maneira pragmática que Valdemar comanda partido. Quem frequenta o Congresso Nacional também fala que vez ou outra é possível encontrar o dirigente do PL reclamando do ex-presidente. Certa vez, até mesmo palavrões foram usados.
Por enquanto, o PL ainda precisa do Bolsonaro, principalmente enquanto não se consolidar em São Paulo e Bolsonaro, hoje inelegível, sequer foi capaz de criar o próprio partido. Para Valdemar é mais interessante esperar Bolsonaro se extinguir sozinho.
E os aliados do ex-presidente sabem que ele está numa situação mais frágil, não por menos, diante da “crise”, correram para colocar panos quentes na situação, minimizando o episódio.
Do outro lado o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (REPUBLICANOS) correu para confirmar o seu apoio ao prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes de maneira tímida.
Durante uma coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, o governador foi perguntado se o seu eleitorado poderia entender que há apoio à reeleição de Nunes. “Acho que o eleitor pode entender sim”.
Tarcísio é tido como um dos “pupilos” do ex-presidente Jair Bolsonaro e um dos expoentes do bolsonarismo pós-Bolsonaro.