Cientistas da computação chineses, em resposta às sanções impostas pelos Estados Unidos, fizeram um progresso significativo no campo da tecnologia de processadores.
Desenvolveram um circuito integrado de grande escala, conhecido como “Zhejiang”, feito a partir de uma pastilha de silício inteira.
Esse avanço é visto como uma etapa crucial para contornar as restrições dos EUA e melhorar o desempenho dos processadores, especialmente em áreas como supercomputadores e inteligência artificial (IA).
O projeto, liderado pelo professor associado Xu Haobo e pelo professor Sun Ninghui do Instituto de Tecnologia da Computação (ICT) da Academia Chinesa de Ciências, foi detalhado em um artigo publicado na revista Fundamental Research em 29 de dezembro.
O processador Zhejiang, que cobre uma área de milhares de milímetros quadrados, é composto por 16 chips, totalizando 256 núcleos, com potencial para escalar até 100 chips, o que equivaleria a 1.600 núcleos.
O professor de TIC Han Yinhe, primeiro autor do artigo, explicou a importância dessa inovação, destacando que com o fim da lei de Moore, aumentar a área do chip para integrar mais transistores se tornou um método essencial para melhorar o desempenho.
A lei de Moore, que prevê a duplicação do número de transistores em um circuito integrado a cada dois anos, está chegando ao seu limite, tornando este desenvolvimento ainda mais significativo.
O Big Chip, como é referido, tem duas características principais: seu tamanho excepcionalmente grande e a presença de múltiplas matrizes funcionais integradas por técnicas avançadas de fabricação de semicondutores.
Com mais de um trilhão de transistores, o Big Chip representa um salto notável em capacidade e desempenho.
Han Yinhe mencionou duas abordagens para a criação do Big Chip: a integração de chips, exemplificada pelo SoC Kunpeng 920 da Huawei, e a integração em escala de wafer (WSI), utilizada no processador Zhejiang Big Chip, fabricado com tecnologia CMOS de 22nm.
O design inovador do Zhejiang, que inclui um sistema de memória unificado e uma arquitetura escalável baseada em blocos, promete revolucionar a computação de alto desempenho e o treinamento de IA. No entanto, a produção de Big Chips enfrenta desafios como rendimento, resfriamento e desempenho.
Este desenvolvimento coloca a China em um patamar competitivo no campo da tecnologia de processadores, desafiando a liderança tradicional dos Estados Unidos e de outras potências tecnológicas.
Com informaçoes da SCMP
Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!