Brasil pode se tornar potência mundial na produção de terras raras

O Brasil está posicionado para se tornar um dos cinco maiores produtores de terras raras do mundo nos próximos anos, conforme indicações do Ministério de Minas e Energia (MME).

Esta projeção baseia-se no progresso de vários projetos no país focados na extração responsável desses minérios cruciais para o avanço de indústrias estratégicas, incluindo eletrônica, energia limpa e medicina.

O MME está empenhado na formulação de projetos e iniciativas para otimizar o uso dos minerais críticos, essenciais na transição energética.

O Brasil detém a terceira maior reserva mundial de terras raras, estimada em 21 milhões de toneladas, equivalente à Rússia e atrás apenas da China e do Vietnã.

Atualmente, a extração nacional é limitada, concentrando-se nas reservas remanescentes da produção de monazita em Buena, Rio de Janeiro.

O MME, contudo, está desenvolvendo uma nova política para avaliar o potencial produtivo e as características socioeconômicas e ambientais dos projetos de mineração, assegurando práticas seguras, sustentáveis e socialmente benéficas.

Diversos estudos de viabilidade estão em andamento em locais como Araxá-MG, Morro do Ferro-MG, Serra Verde-GO, Pitinga-AM, Foxfire-BA e Energy Fuels-BA, com um projeto avançado em Poços de Caldas, Minas Gerais, previsto para iniciar operações em 2026.

Durante uma visita recente ao Projeto Caldeira em Poços de Caldas, liderada pelo secretário nacional de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do MME, Vítor Saback, foram anunciados investimentos de R$ 1,5 bilhão nos próximos três anos, gerando expectativas de 500 empregos diretos e 1,5 mil indiretos.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou o papel de Minas Gerais na diversificação da mineração brasileira, enfatizando a importância das terras raras para o desenvolvimento econômico e social do estado.

“Minas Gerais é tradicionalmente uma referência na extração de minério de ferro e ouro. Nos últimos anos vem avançando na mineração de outras substâncias fundamentais que colocam o Brasil em um lugar de destaque na economia internacional. O lítio e o nióbio já são uma realidade. As terras raras vão trazer ainda mais desenvolvimento econômico e social para o estado, gerando emprego e renda para a população”, declarou Silveira.

Vítor Saback ressaltou a importância das terras raras na produção de energia limpa e renovável, projetando que o Brasil possa em breve estar entre os três maiores produtores globais, reduzindo a dependência internacional do minério.

“O Projeto Caldeira é promissor, assim como tantos outros que temos em estudo no país. Em poucos anos, podemos estar entre os três maiores produtores de terras raras do mundo. Será um movimento importante para reduzir dependência internacional do minério”, afirmou.

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