A relação entre os Estados Unidos e Israel enfrenta uma escalada de tensões, conforme detalhado por uma reportagem recente da Axios, datada de 15 de janeiro.
Autoridades americanas, incluindo o Presidente Joe Biden, manifestam crescente frustração com o Primeiro-Ministro israelita, Benjamin Netanyahu, devido à sua resposta aos pedidos dos EUA relacionados ao conflito em Gaza.
Segundo uma fonte anônima do governo dos EUA citada pela Axios, a paciência de Biden está se esgotando diante da situação crítica:
“A situação é péssima e estamos presos. A paciência do presidente está se esgotando”, afirmou a fonte.
O senador dos EUA Chris Van Hollen, envolvido em discussões sobre a guerra, também expressou descontentamento com a postura de Netanyahu, relatando à Axios que o primeiro-ministro israelita tem desconsiderado repetidamente as solicitações de Washington.
Durante os mais de 100 dias de conflito entre Israel e Gaza, os Estados Unidos forneceram a Israel apoio substancial, incluindo armamento e cobertura diplomática.
Contudo, autoridades norte-americanas demonstram preocupação com a negligência de Netanyahu em atender a pedidos cruciais.
Estes incluem a transferência de receitas fiscais para a Autoridade Palestiniana, permissão para ajuda humanitária a Gaza, redução das operações militares para diminuir as baixas civis palestinianas e permitir que a Autoridade Palestiniana governe Gaza após o término do conflito.
De acordo com a Axios, houve uma notável redução na comunicação entre Biden e Netanyahu. Após um mês sem diálogo, uma conversa em 23 de dezembro terminou abruptamente quando Netanyahu recusou um pedido de transferência de receitas fiscais, levando Biden a encerrar a ligação.
Van Hollen aponta que Netanyahu parece mais inclinado a ouvir os ministros ultranacionalistas de seu governo, como Itamar Ben-Gvir e Bezalel Smotrich, do que as orientações do presidente dos Estados Unidos.
A reportagem também destaca a aparente influência de Israel sobre os líderes dos EUA, evidenciada pela capacidade de Israel em desconsiderar solicitações americanas mesmo sendo altamente dependente de armas e financiamento dos EUA para o conflito em Gaza.
Em declaração ao Channel 12 News de Israel, Danny Dannon, deputado do Likud, reforçou essa percepção, citando exemplos de ações israelitas contrárias aos pedidos dos EUA, como invasões terrestres
e bombardeios ignorados, demonstrando a independência de Israel frente às diretrizes americanas.
Este cenário complexo e tenso entre os dois países, aliados de longa data, reflete um momento crítico nas relações internacionais e na política do Oriente Médio.
Com as crescentes preocupações dos EUA sobre as ações de Israel em Gaza e a aparente determinação de Israel em seguir seu próprio curso, o futuro das relações entre os dois países permanece incerto.
A continuação dessa tensão poderia ter implicações significativas não apenas para a região, mas também para a diplomacia e a política global.