Um relatório publicado pelo Banco Mundial em dezembro destacou um aumento significativo na pobreza global, com cerca de 700 milhões de pessoas vivendo com menos de US$ 2,15 por dia.
A pandemia de Covid-19 causou um recuo de três anos no combate à pobreza extrema.
O documento também aponta o crescimento da dívida externa dos países mais pobres e o impacto negativo na economia global devido à pandemia e ao conflito na Ucrânia.
De acordo com um relatório recente do Banco Mundial, a pobreza global viu um aumento alarmante, com aproximadamente 700 milhões de pessoas sobrevivendo com menos de US$ 2,15 por dia.
Este número representa um aumento de 40% desde 2010, em grande parte devido aos impactos da pandemia de Covid-19.
O relatório, publicado em dezembro, enfatiza que 2022 foi um ano de incertezas, exacerbadas pela pandemia, que resultou em um recuo de três anos no combate à pobreza extrema.
O Banco Mundial, uma instituição com sede em Washington e associada ao Fundo Monetário Internacional (FMI), tem como missão fundamental demonstrar a eficácia do capitalismo em promover o crescimento econômico e reduzir as desigualdades.
No entanto, os recentes desenvolvimentos indicam um cenário contrário.
Sob a liderança do presidente Ajaypal Singh Banga, o Banco Mundial estabeleceu um novo objetivo para criar um mundo livre de pobreza em um ambiente ecologicamente sustentável.
Apesar disso, o relatório sugere que esse objetivo parece distante, destacando o estancamento no combate à pobreza, mesmo em faixas de renda mais altas.
O relatório do Banco Mundial também menciona que, embora os países com baixa renda média, como México, África do Sul e Brasil, tenham respondido positivamente às políticas pós-Covid e continuem a reduzir a pobreza, a situação é mais grave nos países mais pobres.
Estes enfrentaram um aumento na dívida externa de US$ 453,5 bilhões devido aos altos juros decorrentes da crise da Covid, afetando sua capacidade de investir em áreas essenciais como saúde, educação e meio ambiente.
Além disso, o relatório aborda os desafios enfrentados pela economia global, incluindo crescimento insuficiente e alta inflação, agravados pelo conflito entre Rússia e Ucrânia. A análise conclui que esses fatores resultaram em previsões reduzidas de crescimento econômico global.
Finalmente, o relatório trata das questões climáticas e do papel das mulheres no mercado de trabalho. Ele destaca que as emissões de gases de efeito estufa ultrapassaram as piores previsões, e que, até 2050, 216 milhões de pessoas podem ser forçadas a migrar devido às mudanças climáticas.
Quanto às mulheres no mercado de trabalho, o Banco Mundial observa que, apesar de algumas melhorias, ainda existem grandes desigualdades de gênero, com as mulheres enfrentando menos oportunidades e salários mais baixos em comparação aos homens.
O estudo do Banco Mundial mostra um modesto avanço na igualdade de gênero no mercado de trabalho, com as mulheres alcançando 77,5 pontos em uma escala onde os homens têm 100.
Este progresso mínimo indica que as mulheres continuam a ocupar menos posições de liderança e a receber salários inferiores aos dos homens.
Além disso, o relatório ressalta que 2,4 bilhões de mulheres no mundo têm menos direitos do que os homens para exercer funções para as quais são igualmente qualificadas.
Este abrangente relatório do Banco Mundial fornece uma visão detalhada das múltiplas facetas da pobreza global, das desigualdades econômicas e de gênero, e dos desafios ambientais, oferecendo uma perspectiva crítica sobre os obstáculos enfrentados no caminho para um desenvolvimento global mais equitativo e sustentável.