Fabricante chinesa de carro elétrico negocia mina de lítio no Brasil

REUTERS

A fabricante chinesa de carros elétricos BYD está em negociações avançadas para adquirir uma produtora de lítio no Brasil. Este movimento é parte da corrida global para assegurar matérias-primas cruciais para a indústria emergente de veículos elétricos.

Alexandre Baldy, presidente da BYD no Brasil, confirmou as negociações com a Sigma Lithium, uma empresa avaliada em US$ 2,9 bilhões. Baldy revelou que as discussões abrangem várias possibilidades, incluindo acordos de fornecimento, joint venture ou aquisição total.

A Sigma Lithium, conhecida por iniciar o envio de lítio da sua mina e planta de processamento em Minas Gerais no último ano, atraiu atenção internacional em fevereiro, quando surgiu a notícia de que Elon Musk estaria interessado na empresa. A Sigma, posteriormente, anunciou que estava avaliando propostas de venda, sem revelar os interessados.

Com o suporte da Berkshire Hathaway de Warren Buffett, a BYD recentemente superou a Tesla, tornando-se a maior fabricante de veículos elétricos do mundo.

A empresa está expandindo suas operações para além da Ásia, com a construção de uma fábrica de carros elétricos no Brasil, parte de um investimento de R$ 3 bilhões.

A busca da BYD por ativos de lítio no Brasil visa fortalecer sua cadeia de suprimentos integrada. Baldy mencionou um diálogo “ativo” com a Sigma, destacando que as discussões ainda estão em fase inicial e que há um acordo de confidencialidade em vigor, limitando os detalhes que podem ser divulgados.

Além do Brasil, a BYD planeja expandir suas operações para a Hungria e México, enquanto enfrenta preocupações globais sobre as ambições tecnológicas e de recursos da China.

O governo dos EUA, sob a administração de Joe Biden, tem implementado medidas para limitar a expansão chinesa no setor, e a Europa investiga possíveis práticas desleais de competição por parte da indústria chinesa de veículos elétricos.

Em 2022, o Canadá ordenou a venda de empresas de mineração de lítio de propriedade chinesa, refletindo uma cautela global quanto à influência chinesa no setor.

A Sigma, enfrentando um ano financeiramente desafiador, registrou uma perda líquida significativa e viu suas ações declinarem. A empresa agora explora opções estratégicas, incluindo a venda do negócio ou a listagem de sua unidade brasileira em bolsas internacionais.

Enquanto isso, grandes fabricantes automotivos, como a Volkswagen e a fabricante de baterias CATL, também mostraram interesse na Sigma, evidenciando a importância crescente do lítio na indústria automotiva global.

A BYD e a CATL não responderam aos pedidos de comentário sobre essas negociações.

Com informações da Folha

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