Onda de violência no Equador preocupa países europeus

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Diversos países europeus expressaram preocupação com a escalada da violência no Equador, que se agravou esta semana após a fuga do líder de uma poderosa facção criminosa da prisão.

No último domingo, 7, o governo local decretou estado de exceção em todo o país e, dois dias depois, homens armados invadiram os estúdios de uma emissora estatal de TV durante um programa ao vivo, mantendo reféns no canal por cerca de duas horas.

Pelo menos 10 pessoas já perderam a vida durante a atual onda de violência, incluindo dois agentes das forças de segurança. Oito das vítimas foram registradas na cidade portuária de Guayaquil, epicentro da crise que assola o país latino-americano.

O premiê da Espanha, Pedro Sánchez, expressou sua preocupação: “Acompanhamos com inquietação os acontecimentos dos últimos dias no Equador e apoiamos a institucionalidade democrática. Esperamos que a normalidade seja retomada em breve.”

A embaixada de Madri em Quito também pediu prudência a seus cidadãos que residem no país sul-americano, onde está em vigor um toque de recolher noturno das 23h às 5h.

O governo da França recomendou que seus cidadãos evitem viagens ao Equador, enquanto o ministro das Relações Exteriores e vice-premiê da Itália, Antonio Tajani, afirmou que está monitorando a evolução da situação.

A Farnesina, o Ministério das Relações Exteriores da Itália, orientou: “Para qualquer informação, contatem nossa unidade de crise” nas redes sociais.

A Rússia condenou os “métodos terroristas de grupos armados no Equador”, mas enfatizou que a crise deve ser resolvida “sem intervenções externas”.

Ao mesmo tempo, os Estados Unidos ofereceram “assistência” ao governo do presidente Daniel Noboa, que está no poder há menos de dois meses.

O Equador enfrenta há anos a violência de facções de narcotraficantes, com destaque internacional após o assassinato do então candidato a presidente, Fernando Villavicencio, em agosto de 2023, em plena luz do dia.

Desta vez, a situação piorou com a fuga de José Adolfo Macías Villamar, conhecido como “Fito”, chefe da facção criminosa Los Choneros, uma das mais poderosas do Equador. O narcotraficante cumpria uma pena de 34 anos de prisão, e seu paradeiro ainda é desconhecido.

O presidente Daniel Noboa emitiu um decreto declarando a existência de um “conflito armado interno” e classificando 22 facções ativas no país como “organizações terroristas e atores não estatais beligerantes”, incluindo Los Choneros.

Na prática, o estado de exceção, com duração de 60 dias, coloca as Forças Armadas nas ruas e restringe direitos de locomoção, reunião e privacidade de domicílio.

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