O preço do petróleo registrou uma significativa alta nesta sexta-feira, em resposta ao agravamento do conflito na região do Mar Vermelho, aumentando as preocupações sobre possíveis impactos no comércio global.
Paralelamente, os mercados acionários mostraram recuperação, impulsionados pelos recentes dados de inflação dos Estados Unidos, que indicam a possibilidade de uma redução nas taxas de juros.
A escalada militar no Iêmen, com os Estados Unidos e a Grã-Bretanha executando ataques aéreos e marítimos contra alvos militares Houthi, responde aos ataques deste grupo a embarcações na região do Mar Vermelho.
Esta situação amplia as tensões no conflito entre Israel e Hamas em Gaza, trazendo preocupações de um alargamento do conflito na região.
Os contratos futuros do Brent e do petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) dos EUA registraram aumentos significativos, de 4% e 4,1%, respectivamente.
Segundo Susannah Streeter, chefe de dinheiro e mercados em Hargreaves Lansdown, o Brent Crude apresentou um aumento de cerca de 7% desde o início de dezembro, coincidindo com o início dos ataques Houthi.
Ela também menciona a possibilidade de um aumento adicional nos preços caso a crise continue.
Enquanto isso, os mercados acionários globais se recuperam, com o índice MSCI All-World e o STOXX 600 europeu registrando ganhos.
As ações dos EUA, no entanto, apresentaram uma leve queda, e os rendimentos dos títulos do governo diminuíram, refletindo uma busca por segurança entre os investidores.
O dólar e o ouro também subiram, beneficiados pela aversão ao risco dos investidores. Analistas, como Khoon Goh da ANZ em Cingapura, alertam para possíveis mudanças no mercado caso o conflito escale ainda mais.
Na Ásia, o Nikkei do Japão continua a apresentar ganhos expressivos, impulsionado pelos resultados sólidos da Fast Retailing Co, dona da Uniqlo.
Os dados de inflação chinesa indicam uma recuperação econômica fraca em dezembro, mas as exportações mostraram um crescimento acima do esperado.
Nos EUA, os dados de inflação superaram as expectativas em dezembro, mas o relatório indica que as pressões inflacionárias estão concentradas em setores específicos, segundo o economista Mohit Kumar da Jefferies.
As expectativas de corte nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed) aumentaram, com os futuros indicando uma probabilidade de 73% de um corte até março.
Os títulos do Tesouro dos EUA e as obrigações governamentais da zona euro mostraram estabilidade após recentes ganhos.
Finalmente, comentários da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, sobre possíveis cortes nas taxas de juros, se a inflação atingir a meta do banco, trouxeram algum apoio ao mercado de obrigações na Europa.