Em um movimento significativo para a proteção dos povos indígenas, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revelou nesta terça-feira, 9, um conjunto abrangente de medidas voltadas para o apoio permanente à população Yanomami em Roraima.
Este esforço inclui a alocação de um orçamento excepcional de R$ 1,2 bilhão, destinado primordialmente ao combate e à erradicação da ameaça imposta por garimpeiros ilegais na região.
O plano, detalhado pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, em declarações citadas pelo Metrópoles, envolve a reestruturação das Forças Armadas locais e a participação ativa da Polícia Federal.
“Dentro de 30 dias, em colaboração com o Ministério da Defesa e a Polícia Federal, iremos fortalecer as Forças Armadas na região, não temporariamente, mas como uma presença constante e definitiva, com o objetivo de remover todos os invasores ilegais”, afirmou Costa.
Este anúncio sucede uma reunião chave realizada no Palácio do Planalto, onde o presidente Lula, juntamente com ministros de diversas pastas relacionadas aos povos tradicionais, enfatizou a importância de tratar a situação dos Yanomami como uma questão de Estado.
Ele destacou a luta contínua contra o garimpo ilegal e a exploração madeireira ilícita, expressando a determinação do governo em mobilizar todos os recursos disponíveis para combater as atividades ilegais na área.
Um balanço do governo federal de 2023 revelou a precária situação sanitária e nutricional da população Yanomami. Medidas foram tomadas, incluindo a criação do Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE-6 Yanomami), coordenado pelo Ministério da Saúde.
Estatísticas indicam a realização de 13 mil atendimentos de saúde aos indígenas, o envio de milhões de unidades de medicamentos, aplicação de vacinas, mobilização de profissionais de saúde, e a distribuição de kits de subsistência.
Além disso, houve esforços significativos para controlar o espaço aéreo da Terra Indígena Yanomami, visando combater voos clandestinos que abastecem o garimpo.
A Polícia Federal desencadeou diversas operações, resultando em centenas de prisões, mandados de busca e apreensão, e a apreensão de bens no valor de R$ 589 milhões. A operação Buruburu é um destaque, tendo desmantelado a logística aérea dos garimpeiros.
O Ibama também desempenhou um papel crucial, especialmente com a Operação Xapiri, focada no combate aos crimes ambientais relacionados ao garimpo. Esta operação resultou na desativação de garimpos ativos e no bloqueio de rotas comerciais vitais para o garimpo.
Estas medidas, segundo o governo, representam um esforço coordenado e contínuo para proteger a população Yanomami e preservar a integridade da região diante das ameaças ilegais. (Com informações da Agência Brasil).