Com Milei, inflação da Argentina explode e supera o da Venezuela

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A Argentina experimenta uma inflação alarmante de 211,4%, conforme divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto de Estatística e Censos do país (Indec).

Esta marca é a mais elevada desde o período de hiperinflação de 1990, que viu os preços subirem mais de 1.300%. Com isso, a explosão nos preços no país supera o da Venezuela, que sofre há anos com diversos embargos.

Em dezembro, o índice de preços ao consumidor subiu abruptamente para 25,5%, um aumento significativo em comparação com 12,8% em novembro. Este salto é atribuído às recentes políticas econômicas implementadas pelo governo do presidente Javier Milei, que assumiu o cargo no mês anterior.

Antes da eleição de Milei, a Argentina já enfrentava uma inflação elevada, com o índice anual alcançando 148,2% em novembro. Especialistas apontam a crise financeira e cambial do país, iniciada por diversos fatores, incluindo o desequilíbrio na balança de pagamentos, como uma causa fundamental para esta situação.

Entre as medidas controversas de Milei está o “Plano Motosserra”, que inclui a desvalorização da moeda local, a redução de subsídios e alterações em licitações públicas.

Além disso, o presidente também implementou o “decretaço”, revogando ou modificando mais de 350 normas, o que levou à desregulamentação econômica e à reforma trabalhista, embora esta última tenha sido temporariamente suspensa pela Justiça.

Os setores mais afetados pela inflação em dezembro foram Bens e serviços (32,7%), Saúde (32,6%) e Transporte (31,7%).

Com esse cenário, a Argentina ultrapassou a Venezuela, que teve uma inflação acumulada de 193%, tornando-se o país com a maior taxa de inflação na região.

O “Plano Motosserra”, anunciado em 12 de dezembro pelo ministro da Economia Luis Caputo, consiste em nove medidas destinadas a conter a crise econômica.

Estas incluem a desvalorização do peso, suspensão de novos editais de obras públicas, redução de subsídios em energia e transportes, corte na estrutura do governo e medidas visando a privatização de empresas estatais.

O governo Milei também enfrenta polêmicas com a implementação de várias outras medidas econômicas, incluindo a revogação de diversas leis e a desregulamentação de setores como o de medicina privada e serviços de internet via satélite.

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