O Ministério das Relações Exteriores do Brasil, conhecido como Itamaraty, divulgou nesta quarta-feira, 10, uma declaração oficial confirmando o apoio do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva à ação movida pela África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça.
A ação africana acusa Israel de violar obrigações da Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio no conflito com o Hamas, uma afirmação que Israel veementemente nega.
A posição brasileira foi explicitada durante uma reunião entre Lula e o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben. O encontro focou na situação dos palestinos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, após mais de três meses de crise.
O Itamaraty destacou que Lula expressou apoio à iniciativa da África do Sul para que a Corte Internacional de Justiça intervenha, solicitando a Israel que cesse atos que possam ser classificados como genocídio ou crimes correlatos.
No contexto do conflito no Oriente Médio, que se agravou em outubro com ataques do Hamas a Israel e a subsequente resposta militar israelense, o Itamaraty relembrou a condenação imediata do Brasil aos “ataques terroristas” do Hamas.
Contudo, a nota enfatiza que tais atos não justificam respostas desproporcionais de Israel contra civis. Lula também reiterou o compromisso do Brasil com a paz na região e a formação de corredores humanitários.
A Confederação Israelita do Brasil (Conib) expressou críticas ao apoio de Lula à ação sul-africana, argumentando que tal posição diverge da tradição de equilíbrio e moderação da política externa brasileira.
A Conib alega que a ação é uma inversão da realidade e defende que Israel está se protegendo de um inimigo que deseja sua destruição. A entidade também aponta que as forças israelenses têm tomado precauções para preservar a população civil em Gaza, acusando o Hamas de se esconder entre civis.