A Ministra das Relações Exteriores do Japão, Yoko Kamikawa, realizou uma visita surpresa à Ucrânia no último domingo, comprometendo-se com uma contribuição de US$ 37 milhões para um fundo da OTAN.
Este fundo será destinado a fortalecer a defesa ucraniana, segundo a agência de notícias japonesa Kyodo.
A ministra Kamikawa, em seu primeiro deslocamento à Ucrânia desde que assumiu o cargo em setembro, anunciou que o Japão fornecerá um sistema de detecção de aeronaves não tripuladas e outros equipamentos, enfatizando o contínuo apoio do Japão à restauração da paz na região.
Durante uma coletiva de imprensa em Kiev com Dmytro Kuleba, Ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Kamikawa detalhou a assistência japonesa, incluindo a entrega de cinco geradores móveis de turbinas a gás para auxiliar os ucranianos durante o inverno rigoroso.
Especialistas, no entanto, apontam que, com a crescente fadiga de vários países europeus e dos Estados Unidos em manter a assistência à Ucrânia, a ajuda do Japão pode não ter um impacto substancial no conflito com a Rússia.
Observa-se também que o Japão tem historicamente seguido a liderança dos EUA em seu apoio à Ucrânia.
Além disso, o Japão tem planejada a Conferência Japão-Ucrânia para a Promoção da Reconstrução Econômica em 19 de fevereiro, uma iniciativa que visa fortalecer a relação bilateral e a confiança na comunidade internacional.
A visita de Kamikawa gerou controvérsia nas redes sociais japonesas, especialmente em contraste com a resposta do governo ao recente terremoto na região de Noto, que resultou em 126 mortes e 323 desaparecidos.
Muitos cidadãos expressaram descontentamento com a priorização da ajuda externa em detrimento das necessidades internas do Japão.
Apesar das críticas, analistas apontam que a opinião pública japonesa permanece relativamente unificada em relação à crise ucraniana e é improvável que a visita da ministra altere significativamente a política externa do Japão, que tende a alinhar-se com os Estados Unidos.
Com informações da Global Times